O Lado Oculto é uma publicação livre e independente. As opiniões manifestadas pelos colaboradores não vinculam os membros do Colectivo Redactorial, entidade que define a linha informativa.
O mundo está suspenso do impeachment. Parece não se passar nada mais relevante à face da Terra do que saber se o fascista Trump, presidente dos Estados Unidos da América, será substituído pelo fascista Pence até ao começo de 2021, altura em que entrará em funções a nova escolha do establishment que gere o regime norte-americano – sem qualquer dúvida alguém do partido único com duas faces. Para tudo continuar na mesma.
A cimeira dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – realizada em Brasília revelou que o grupo está vivo, apesar das mudanças no Brasil e do enfeudamento total do país aos Estados Unidos. O pragmatismo russo e chinês, aproveitando as oportunidades para continuar a abrir espaços económicos onde a crise neoliberal deixa o seu rasto, sobrepõe-se à desafinação política e consegue convergências de interesses aparentemente improváveis.
O presidente e o vice-presidente da Bolívia, Evo Morales e Alvaro Garcia Linera, renunciaram aos seus cargos na sequência de um golpe político, policial e militar envolvendo actos de violência e perseguição sobre sectores populares - a culminar um processo terrorista de contestação dos resultados de eleições legítimas, livres e democráticas. Em todo o desenvolvimento do processo, iniciado muito antes do acto eleitoral, estiveram sectores directamente patrocinados pela embaixada dos Estados Unidos em La Paz.
Década e meia de gestão presidencial de Evo Morales catapultou o PIB da Bolívia de cinco mil milhões de dólares para mais de 40 mil milhões, isto é, multiplicou-o por oito vezes. A miséria extrema desceu a pique de quase 80% da população para menos de 15 por cento. O crescimento económico anual estabilizou nos quatro por cento. O sistema político colonial transformou-se num Estado plurinacional, as mulheres e os povos indígenas conquistaram as vozes que não tiveram em 500 anos. O regime neoliberal globalista ficou fora de jogo na Bolívia, onde os recursos naturais foram postos ao serviço das populações. Há coisas que o imperialismo e a sua casa mãe, os Estados Unidos da América, não conseguem perdoar no “quintal das traseiras”. Mais cinco anos de espera, pelo menos, não podiam acontecer. Então chegou o golpe.
Lula está em liberdade! O juiz responsável pela 12ª vara de Curitiba tinha comunicado à Polícia Federal, na tarde desta sexta-feira, que devia ser acatada a decisão do Supremo Tribunal Federal, que na quinta-feira declarou inconstitucional a prisão em segunda instância. Ao cabo de quase 600 dias de prisão com base em suposições de juízes, a saída de Lula da cadeia torna o Brasil mais forte para lutar contra o fascismo bolsonarista.
A cada vez maior interpenetração entre o governo da Suíça, a Nestlé e outras grandes multinacionais e a estratégia helvética de cooperação para o desenvolvimento representam uma ameaça cada vez mais premente sobre os recursos aquíferos de todo o planeta. A ganância privatizadora da água que move as maiores empresas globais do sector alimentar encontra em Genebra uma poderosa alavanca que mina o acesso universal à água como um direito humano fundamental.
O pesadelo representado por Mauricio Macri na Argentina está prestes a acabar. À cabeça da ampla coligação Frente de Todos, os peronistas Alberto Fernández (presidente) e Cristina Kirchner (vice-presidente) venceram as eleições sob a promessa de combater a ditadura económica e social imposta pelos Estados Unidos e o seu braço imperial, o FMI. Nos dias em que o neoliberalismo sofre derrotas como na Bolívia e contestação nas ruas do Chile, Equador, Peru e Honduras, os resultados na Argentina desanuviam um pouco mais os horizontes na América Latina e contribuem para isolar aberrações como as do Brasil e Paraguai. Além de devolverem a esperança aos tão martirizados argentinos, vítimas de uma quebra de 10% do PIB em dez anos e das múltiplas tragédias humanas e sociais que isso representa.
Crescimento económico de 5% ao ano, 700 mil novos empregos, aumento galopante do consumo e cortes drásticos na pobreza e miséria, inflação mínima, além do reconhecimento de direitos aos povos indígenas: em 13 anos, as presidências de Evo Morales conseguiram o que a Bolívia não teve em 500 anos. Agora é hora do povo escolher entre o reforço dessa nova dignidade e o regresso a um passado de trevas.
“Pude dar-lhes a óptima notícia de que vou enviar 52 milhões de dólares em novos fundos da USAID para apoiar o governo interino e o povo da Venezuela”. As palavras são de Mark Greeen, presidente da Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), uma entidade da esfera da CIA, durante o anúncio da dádiva de mais meia centena de milhões de dólares para os usurpadores e terroristas que pretendem derrubar o governo legítimo da Venezuela. Desde 2017, a “ajuda” directa ao golpe, só através da USAID, já ultrapassa os 550 milhões de dólares.
Os Estados Unidos e os países da América Latina que lhe estão submetidos ressuscitaram o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), um velho instrumento da guerra fria – nunca aplicado – mas que agora se destina a aprofundar ainda mais a guerra híbrida contra a Venezuela. Aliás, os mecanismos invocados desta feita ultrapassam até os limites do próprio tratado, manifestando disposição para o violar
Os senhores do mundo, reunidos em formato G7, assumiram dramaticamente uma até agora desconhecida vocação de “bombeiros” perante a catástrofe da Amazónia. Sentindo os holofotes mediáticos bem focados sobre as suas pessoas, os senhores e senhoras mais conhecidos pelos métodos de procurar a paz e a democracia através da guerra prometeram disponibilizar mundos e fundos para travar a catástrofe. Acabada a cimeira, voltaram ao mesmo de sempre, isto é, a gerir o regime e a sociedade globalista onde avultam – como donos dos interesses que interessam – os verdadeiros incendiários da Amazónia e de todo o planeta. E os incêndios continuam.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…