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Quem acompanha os acontecimentos na Líbia através dos media corporativos poderá ser levado a pensar que a guerra entre os governos de Benghazi e Tripoli, cada um deles apoiado pela sua parte de governos estrangeiros sedentos das reservas de petróleo do país, surgiu agora de uma banal luta pelo poder. Uma cuidada conspiração do silêncio gerida pela comunicação social dominante, escudada na memória tradicionalmente curta dos seus consumidores, faz com que assim seja. No entanto, o caos reinante e onde avultam muitos a rentáveis tráficos escabrosos, entre eles o de escravos, foi gerado por uma coligação militar da NATO com terroristas islâmicos das famílias al-Qaida e Estado Islâmico. Ao contrário do jornalismo/propaganda, a História cultiva a memória.
Em Março, cerca de 7500 efectivos de combate norte-americanos viajam para a Noruega, onde se juntarão a milhares de soldados de outros países da NATO numa imensa batalha simulada contra forças “invasoras” russas. Neste empenhamento com carácter futurista – que tem o nome de Cold Response (Resposta Fria) 2020 – as forças aliadas “realizarão exercícios multinacionais conjuntos num cenário de combate de alta intensidade em exigentes condições de Inverno”, explicam os militares noruegueses. À primeira vista parece ser mais um dos jogos de guerra da NATO mas, pensando melhor, o Cold Response 2020 nada tem de comum. Em primeiro lugar, é encenado acima do Círculo Polar Ártico, longe de qualquer anterior campo de batalha tradicional da NATO; e eleva para um novo nível a possibilidade de um conflito de grandes dimensões que pode terminar num confronto nuclear e na aniquilação mútua. Bem-vindos, por outras palavras, ao mais novo campo de batalha da Terceira Guerra Mundial.
No mundo em que vivemos os criminosos de guerra têm a certeza da sua impunidade e o jornalismo de investigação está em vias de ser considerado um crime de espionagem – esta é uma das leituras que o Relator Especial das Nações Unidas sobre a Tortura, o suíço Nils Melzer, faz do processo contra o fundador e director do WikiLeaks, Julian Assange, conduzido pelos Estados Unidos com a cumplicidade de vários governos, entre eles Reino Unido, Suécia e Equador. Desde a falsificação, pela polícia sueca, de um processo “por violação” à tortura a que tem vindo a ser submetido em Londres, passando pelo julgamento secreto já em marcha nos Estados Unidos perante um júri da CIA, Melzer desmonta os contornos tirânicos e criminosos da perseguição a Assange. “Dizer a verdade está a tornar-se um crime”, adverte o relator da ONU. Nos dias em que a viciada justiça britânica aprecia o pedido de extradição de Assange apresentado pelos Estados Unidos, o Lado Oculto dá voz à esclarecedora entrevista de Nils Melzer ao website Republik, uma publicação de língua alemã. É a nossa manifestação de solidariedade com Julian Assange, em defesa da liberdade de informar e ser informado e dos direitos humanos.
Cientistas indianos da Universidade de Nova Deli detectaram que o coronavírus surgido na China tem uma estrutura única na qual é possível perceber a manipulação com vírus HIV. A descoberta está contida numa pré-publicação – ainda não revista por outros cientistas – das investigações que efectuaram sobre o 2019-nCoV. Entretanto, outros especialistas recordam que o tratamento com medicamentos contra o HIV de doentes vítimas da epidemia na China tem registado alguns êxitos. Apesar dos condicionalismos existentes ainda em torno da investigação indiana, mas tendo a certeza de que o assunto não cabe na comunicação social corporativa, O Lado Oculto faz eco desta informação para que seja integrada no quadro dos dados a reter sobre o grande e necessário debate em torno do 2019-nCoV como eventual criação humana.
No ano fiscal de 2021 o orçamento dos Estados Unidos prevê despesas da ordem de um milhão de milhões de dólares para a guerra, que comparam com 94500 milhões no sector da saúde e serviços humanitários (menos 10% que em 2020), apesar de só nos últimos quatro meses terem morrido 10 mil cidadãos norte-americanos vítimas de gripe comum. São estas as prioridades do regime de Washington, que se diz inquieto com “o ressurgimento de Estados nacionais rivais, nomeadamente a China e a Rússia”. É preciso, diz o documento, “aumentar a nossa vantagem bélica” sobre esses e outros países.
Westlessness. Poderá traduzir-se como o défice de Ocidente na cena internacional e foi o mote escolhido para a Conferência de Segurança de Munique deste ano, em 16 e 17 de Fevereiro, como sempre uma organização associada à NATO. Percebeu-se, pela escolha desta temática, que o Ocidente vive uma crise existencial, com saudades de tempos recentes em que podia destroçar a Jugoslávia, bombardear a Sérvia, arrasar o Afeganistão, desmembrar o Iraque e a Líbia sem ter contraditório. Na origem da inquietação ocidental está, como foi abundantemente aflorado como eco da exposição do chefe do Pentágono, a crescente presença da Rússia e da China na arena internacional - que se reflecte no aparecimento de um efeito dissuasor da impunidade colonial. Não admira, portanto, e perante a presença de convidados “inimigos”, que às tantas à conferência tivesse parecido um diálogo de surdos.
O escândalo explodiu na “neutral” Suíça. Uma empresa com sede no país, denominada Crypto, dedicou-se a produzir e exportar, desde os anos setenta do século passado, aparelhagens manipuladas para descodificar comunicações secretas em mais de cem países. Embora actuasse como uma outra qualquer sociedade, neste caso registada no Liechtenstein, Crypto era propriedade da norte-americana CIA e dos serviços secretos da Alemanha Federal (BND). “É o golpe de espionagem do século”, considera o Washington Post.
A pergunta está a tornar-se comum, perante as particularidades e as circunstâncias da epidemia de Coronavírus iniciada na cidade chinesa de Wuhan: tratando-se de uma mutação genética, de onde chegou a mão humana que contribuiu para desencadear a doença? Custa sempre admitir que haja pessoas e instituições capazes de atrocidades destas. Mas olhando um pouco para trás, recordando factos históricos conhecidos, admitidos e comprovados, identificando os seus autores e respectivos interesses, medindo os factos e coincidências podem antever-se respostas sem entrar pela gratuitidade da especulação. O Lado Oculto deixa este texto tentando contribuir para a reflexão informada sobre o tema.
Os Estados Unidos praticam em casa aquilo de que costumam acusar outros países, chegando a promover golpes de Estado como punição: fraudes eleitorais. Ainda agora começaram as eleições primárias do Partido Democrático e já as evidências de viciação de resultados saltam aos olhos de todos. No Estado de Iowa, o mecanismo eleitoral escolhido pela campanha do candidato que se auto-declarou “vencedor” sofreu “erros de codificação”, muito provavelmente em desfavor do “socialista” Bernie Sanders. O mesmo Sanders que, em 2016, foi vítima da viciação eleitoral que permitiu a Hillary Clinton disputar as presidenciais contra Trump. Investigações feitas, vários membros da equipa de Clinton são agora quadros da empresa que montou a aplicação eleitoral escolhida no Iowa. E Sanders é o inimigo de estimação da direcção do Partido Democrático. São assim os métodos políticos seguidos por quem emite juízos sobre supostas “fraudes eleitorais” na Bolívia ou na Venezuela, por exemplo.
Os mais recentes avanços das tropas regulares sírias na libertação da região de Idleb deram origem a uma multiplicação de acções militares e diplomáticas da Turquia, com apoio dos Estados Unidos, revelando que a NATO continua a alimentar a desestabilização na Síria. O presidente turco deu agora um prazo até 28 de Fevereiro para as tropas sírias abandonarem as localidades libertadas ultimamente na província de Idleb e estende as ameaças à Rússia. O clima é de guerra.
Em pouco mais de um ano as grandes instituições corporativas que contam no mundo parecem ter entrado na onda da nova “agenda verde” de medidas radicais para “conter” as mudanças climáticas. Até o bastião da globalização económica empresarial, o Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, a transformou no tema principal da reunião deste ano, envolvendo “as partes interessadas num mundo coeso e sustentável”. Entre as noções em foco esteve a “de como salvar o planeta” em que a palestrante em destaque foi a jovem activista sueca Greta Thunberg. O que poucos percebem é como tudo isto está a ser orquestrado com cuidado para preparar uma mudança massiva nos fluxos globais de capitais, movimento através do qual um punhado de gigantes financeiros tem tudo a ganhar.
Os cientistas chineses identificaram numa semana a sequência do genoma do coronavírus detectado na China, colocaram imediatamente os dados ao dispôr da comunidade científica planetária e abriram caminho à elaboração da vacina. É um feito histórico: as instâncias científicas norte-americanas demoraram dois meses e meio a obter os conhecimentos equivalentes sobre o ébola. Entretanto, em Wuhan – região com 56 milhões de pessoas – trava-se uma “guerra popular”, em grande parte com suporte voluntário, para conter a disseminação do vírus e cuidar dos infectados. É uma realidade mal conhecida: enquanto isso, os media corporativos desdobram-se em insinuações de guerra fria sobre a “ameaça chinesa”, dando origem à multiplicação de casos de xenofobia contra cidadãos orientais.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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