O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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QUE MÃO HUMANA ESTARÁ POR DETRÁS DO CORONAVÍRUS?

O laboratório militar secreto de Plum Islad, lab 257, nos Estados Unidos

2020-02-09

A pergunta está a tornar-se comum, perante as particularidades e as circunstâncias da epidemia de Coronavírus iniciada na cidade chinesa de Wuhan: tratando-se de uma mutação genética, de onde chegou a mão humana que contribuiu para desencadear a doença? Custa sempre admitir que haja pessoas e instituições capazes de atrocidades destas. Mas olhando um pouco para trás, recordando factos históricos conhecidos, admitidos e comprovados, identificando os seus autores e respectivos interesses, medindo os factos e coincidências podem antever-se respostas sem entrar pela gratuitidade da especulação. O Lado Oculto deixa este texto tentando contribuir para a reflexão informada sobre o tema. 

Arthur González*, Pátria Latina/O Lado Oculto

Plum Island, laboratório militar secreto. Para quem conhece a história aterrorizadora da CIA, pejada de planos de acções encobertas para assassinar personalidades, espiar partidos políticos e seus dirigentes, executar golpes de Estado, desenvolver experiências para manipular a mente de seres humanos e trabalhar com agentes biológicos a fim de transmitir vírus contra pessoas, animais e plantas, não é inverosímil supor que também possa estar por detrás do perigoso Coronavírus, o causador da pneumonia de Wuhan, na China.

Não é novidade a guerra suja que os Estados Unidos executam contra a China, por considerarem este país como um perigo para a economia norte-americana. Daí o facto de presidente Trump aplicar medidas inéditas para asfixiar a China e evitar que avance como a maior potência económica mundial. Daí ter convertido Pequim no seu novo inimigo estratégico no cenário mundial.

Por isso não é de estranhar que os Estados Unidos possam estar por detrás do aparecimento do Coronavírus em Wuhan, obrigando a China a paralisar uma das suas regiões de maior desenvolvimento económico e uma população de mais de 11 milhões de habitantes, sendo a sua sétima cidade mais povoada e uma das nove cidades centrais da China, com conexões para todo o território nacional.

Wuhan é qualificada como o centro político, económico, financeiro, comercial, cultural e educativo da China central, além de ser um nó principal de transportes onde se unem dezenas de vias férreas, estradas e autoestradas, ligando a cidade a praticamente todo o país.

A sua localização permite, por outro lado, que seja um ponto também propício à rápida disseminação de uma epidemia em todo o país, o que obriga a perguntar: será por acaso que o vírus tenha surgido em Wuhan? Terá sido por essa razão que foi “seleccionada” para o introduzir entre os seus habitantes?

Afirma-se que o vírus é o resultado de uma mutação genética, algo em que os cientistas norte-americanos trabalham historicamente nos seus laboratórios militares de guerra biológica.

O pânico criado a nível mundial aconselha a que não se visite a China por causa da possibilidade de contágio, o que afecta a indústria turística do país, os investimentos estrangeiros e os intercâmbios comerciais.

Os antecedentes em Cuba

Cuba, por exemplo, tem sofrido múltiplos ataques biológicos desde há 60 anos. O primeiro caso conhecido é o da Operação Mangosta, aprovada em 18 de Janeiro de 1962 pelo presidente J.F. Kennedy e que na sua norma número 21 diz textualmente:

“A CIA proporá um plano até 15 de Fevereiro para provocar o fracasso das colheitas alimentares em Cuba…”

As linhas seguintes não foram desclassificadas pelas autoridades norte-americanas.

Em Junho de 1971 comprovou-se a presença em Cuba do vírus que causa a Febre Porcina Africana, o que jamais tinha acontecido na Ilha. Foi preciso sacrificar centenas de milhares de porcos para evitar a sua disseminação por todo o território nacional, com perdas económicas e alimentares de grande envergadura.

Em Abril de 1981 foram detectados em Havana vários casos de febre hemorrágica, provocando a morte de quatro crianças. Foi possível comprovar que se tratava de uma estirpe nova do vírus “Nova Guiné 1924”, serotipo 02, única no mundo naquela época, produzida em laboratório.

Em Agosto de 1981 detectou-se em Sancti Spiritus, província central de Cuba, o herpes vírus BHV2, endémico em África e isolado no laboratório de doenças incomuns em Plum Island, Estados Unidos. Esse agente viral é o causador da Pseudodermatose Nodular Bovina e afectou a produção de leite.

Em 1983, Eduardo Arocena declarou no tribunal de Nova York que o julgava por assassinar um diplomata cubano acreditado na ONU que, como agente da CIA, cumpriu a missão de introduzir germes patogénicos em Cuba quando na Ilha se combatia a epidemia de Dengue Hemorrágico.

A importância estratégica de Wuhan

A lista de acções semelhantes é ampla. Por isso, não é de estranhar que a China agora seja alvo desse trabalho sujo cultivado por responsáveis norte-americanos. [1] 

Isto deve-se ao poder económico do gigante asiático; e Wuhan, em particular, é um território de amplas transformações industriais que possui três zonas de desenvolvimento nacional, quatro parques de desenvolvimento científico e tecnológico, mais de 350 institutos de investigação, 1.656 empresas de alta tecnologia, numerosas empresas e investimentos de 230 sociedades listadas na Fortune Global 500.

Em Wuhan situa-se a sede da mega empresa Dongfeng Motor Corporation, complexo industrial que fabrica automóveis e está associado a dezenas de institutos de educação superior, inclusive a Universidade de Wuhan, que em 2017 ocupou o terceiro lugar a nível nacional juntamente com a Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong.

Nesse mesmo ano de 2017 a UNESCO declarou Wuhan “Cidade Criativa” no campo do design; hoje está classificada pela Globalization and World Cities Research Network como uma cidade beta mundial (regiões secundárias com impacto na economia global).

Os Estados Unidos já emitiram um aviso de viagem de nível 4 - depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado a epidemia como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional - aconselhando os seus cidadãos e residentes a não viajarem para a China.

O Departamento de Segurança Nacional informou que há 11 aeroportos seleccionados, designadamente o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, o Aeroporto Internacional de Los Angeles e o Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson de Atlanta, através dos quais os viajantes procedentes da China podem entrar nos Estados Unidos

Por sua vez, o Departamento da Saúde declarou que “se os passageiros forem examinados e não mostrarem sintomas serão realojados no seu destino final, sendo-lhes solicitado que fiquem de quarentena no próprio domicílio”. 

Para semear mais terror, foi nos Estados Unidos que teve origem a notícia de que “o coronavírus pode contagiar ainda sem sintomas”, segundo o critério do principal especialista norte-americano em doenças infecciosas. E em Hong Kong, onde os Estados Unidos têm conduzido as acções “independentistas”, trabalhadores da saúde declararam-se em greve para exigir ao governo que encerre a fronteira com a China continental.

Há ou não há razões para suspeitar que a mão dos Estados Unidos esteja por detrás da epidemia, sobretudo tendo em conta todos os antecedentes que a CIA tem em guerra biológica?

A China faz todos os possíveis para enfrentar a epidemia e construiu dois hospitais em tempo recorde, demonstrando ao mundo a vontade resolver o problema. Com essa iniciativa manifesta, ao mesmo tempo, a sua capacidade de resposta, algo que incomoda os Estados Unidos, que não seriam capazes de fazer algo semelhante.

Algum dia virá a conhecer-se a verdade; enquanto isso, a China continuará os seus passos firmes para tentar derrotar esta doença. Como disse José Martí:

“Não é possível que passem despercebidos pelo mundo a piedade incansável do coração e a limpeza absoluta da vontade”.

[1] O governo dos Estados Unidos fez experiências de guerra bacteriológica contra Coreia e a China na década de 1950. Este facto está comprovado no Report of the International Scientific Commission for the Investigation of the Facts Concerning Bacterial Warfare in Korea and China (764 páginas).

*Jornalista cubano


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