O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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OS INTRIGANTES DADOS DA OMS SOBRE A COVID-19

2020-10-25

Segundo o Dr. Michael Ryan, do Conselho Executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial (780 milhões de pessoas) pode ter sido infectada com o SARS-CoV-2, o coronavírus da COVID-19 – valor muito elevado em relação ao número de casos oficialmente registados (35 milhões). Mediante um simples exercício matemático e tendo em conta que se registaram em todo o mundo cerca de 1,063 milhões de mortes por COVID-19, poderá concluir-se que a taxa de mortalidade do vírus seria de 0,14%, muito abaixo dos 3,4% estabelecidos provisoriamente em Março pela própria OMS. Estes factos estão em cima da mesa e fazem reflectir, pelo menos, no modo como a OMS tem conduzido a gestão da pandemia e respectivas consequências através do mundo em termos de confinamentos e outras restrições na vida dos cidadãos. Há muitas discrepâncias nos números e respectivas interpretações, sendo que as interpretações não sintonizadas com o pânico como doutrina oficial são muitas vezes ostensivamente silenciadas. Uma vez que a origem de todos estes dados é a OMS, O Lado Oculto coloca-os em comparação, de modo a enriquecer o debate e o conhecimento real dos factos disponíveis. 

Kit Knightly, Global Research/Adaptação O Lado Oculto

Dados oficiais divulgados sobre a COVID-19 no âmbito do Conselho Executivo da Organização Mundial de Saúde lançaram mais nuvens de estranheza sobre os números relacionados com a doença à escala internacional e parecem, desta feita, ir ao encontro das teses e de estudos segundo os quais o grau de mortalidade do vírus é idêntico ao de uma gripe sazonal.

A informação foi divulgada pelos principais dirigentes da OMS, os 34 membros do Conselho Executivo da organização durante uma reunião realizada em 5 de Outubro. Estranhamente, os números e algumas conclusões deles decorrentes tiveram pouca divulgação; ou serviram, em alguns casos, para alimentar as campanhas de pânico que têm acompanhado a doença.

Na verdade, parece que os próprios dirigentes da OMS parecem não ter entendido todo o alcance dos números anunciados.

Nessa sessão de 5 de Outubro, o Dr. Michael Ryan, responsável pela área de emergências da OMS, afirmou que, no entender da organização, cerca de 10% da população mundial foi infectada com o SARS-CoV-2. Nos termos anunciados, trata-se da “melhor estimativa”, isto é, a mais credível; mas representa, por outro lado, um aumento superior a 22 vezes o número de casos oficialmente reconhecidos – cerca de 35 milhões.

Posteriormente, a Drª Margaret Harris, porta-voz da OMS, confirmou os dados do Dr. Ryan afirmando que se baseiam na média dos resultados de todos os estudos de soroprevalência realizados no mundo.

De acordo com as interpretações destes dados feitas pela OMS, estaremos perante uma situação ainda mais alarmante e que levou o Dr. Ryan a afirmar que “a grande maioria do mundo continua em risco”. Esta é uma leitura; outra possível parece ser mais animadora: afinal o vírus pode não ser tão mortal como tem vindo a ser dito.

Uma taxa de 0,14%?

A população mundial está calculada actualmente em 7800 milhões de pessoas; se, como diz a Comissão Executiva da OMS, 10% dessas pessoas estão infectadas, então existem 780 milhões casos de COVID-19. Entretanto, o número oficial de mortes, segundo as estatísticas da própria OMS, é da ordem dos 1,063 milhões. Neste caso, a taxa de mortalidade por infecção com SARS-CoV-2 é da ordem dos 0,14%, em linha com a das gripes sazonais e as previsões de muitos especialistas de todo o mundo que têm recebido menos atenção que as estimativas mais gravosas.

E se o número de infectados calculado pela OMS é 22 vezes superior ao número de casos registados, a taxa de mortalidade de 0,14% é 24 vezes mais baixa do que o número provisório de 3,4% divulgado pela própria OMS em Março. Este valor foi o usado para justificar bloqueios, confinamentos e outras políticas draconianas através do mundo.

Como existe igualmente uma grande polémica sobre as contagens oficiais dos números de mortes provocadas por COVID-19 – por consequência directa da infecção ou não – pode acontecer que a real taxa de mortalidade seja até inferior a 0,14%: a deriva dos números e dos conceitos da OMS poderá permitir também considerações neste sentido.

Os grandes meios da comunicação social corporativa, que têm engordado as suas receitas com a exploração do pânico da COVID-19 e a dedicação quase exclusiva à pandemia, omitiram a interpretação dos dados da OMS que conduz a uma baixa taxa de mortalidade. Ao invés preferiram transformar os elementos anunciados pelo Dr. Ryan em manchetes assustadoras para espalhar ainda mais pânico.

Aparentemente, nem esses meios nem a própria OMS usaram os elementares meios matemáticos que permitem associar as estimativas de infecção de 10% da população mundial a uma taxa de mortalidade de 0,14%. Este simples exercício poderia, de alguma maneira, aliviar um pouco a asfixiante carga de alarmismo que acompanha a pandemia.

Entretanto, e tratando-se – como todos os casos de saúde pública – de um tema da máxima delicadeza, decidi procurar as fontes primárias destas informações para não ficar a depender de fontes convencionais, que podem remover, alterar ou manipular artigos. Decidi, portanto, basear-me no vídeo original das observações do Dr. Ryan.

Um pouco estranhamente, embora as informações tenham sido anunciadas numa importante reunião do Conselho Executivo da OMS, o vídeo é difícil de encontrar. O único lugar em que se encontra é no próprio website da OMS e implica a passagem por quase seis horas de filmagem. Como não é possível incorporar o stream da OMS, os interessados deverão procurar esta página, clicar em “Sessão 1” e avançar para 1:01:33 para ouvir a citação exacta:

“As nossas melhores estimativas actuais dizem-nos que cerca de 10% da população global pode ter sido infectada com este vírus. Isto pode variar dependendo do país, dos meios urbanos ou rurais, varia entre grupos diferentes”.


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