O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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COMO SE PROCESSOU A “SEMENTEIRA DE VÍRUS”?

2020-04-05

Em Wuhan, China, nem todos os primeiros infectados com o novo coronavírus (COVID-19) tiveram contactos com o mercado de produtos do mar, onde se diz que tudo começou; em Itália, os primeiros pacientes a partir dos quais se desencadeou o grande e mortífero surto não tiveram qualquer contacto com a China; na Coreia do Sul houve grupos de infectados sem qualquer associação à China ou a Itália. Alguém andou a “semear” vírus em lugares diferentes e mais ou menos ao mesmo tempo.

Larry Romanoff, Global Research/O Lado Oculto

Um virologista italiano de alto nível, Giuseppe Remuzzi, publicou textos na Revista Lancet e outros artigos nos quais revela factos até agora desconhecidos. (1) O médico afirmou que os médicos italianos agora se lembram de ter visto: “Uma pneumonia muito estranha e muito grave, principalmente em idosos em Dezembro e mesmo em Novembro de [2019]. Isto sugere que o vírus já estava a circular, pelo menos na Lombardia, antes de sabermos de um surto na China.”(2).

As autoridades médicas chinesas determinaram um fenómeno do mesmo tipo: o facto de o vírus circular entre a população talvez durante dois meses antes de finalmente explodir em campo aberto.

Além disso, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde de Itália (ISS):

“Não é possível reconstruir, para todos os pacientes, a cadeia de transmissão da infecção. A maioria dos casos relatados em Itália revela um vínculo epidemiológico com outros casos diagnosticados na Lombardia, Emilia Romana e no Veneto, áreas mais afectadas pela epidemia.”(3).

Esta declaração é de importância crucial, uma vez que contém em si a afirmação de que existiram vários núcleos de infecção simultâneos e vários “pacientes zero”. Existem casos na Lombardia que não puderam ser inseridos numa cadeia de infecção, o que também deve ser verdadeiro para outras áreas. Dado que o vírus eclodiu separadamente em regiões diferentes de Itália, podemos esperar a identificação de grupos infecciosos independentes também nessas regiões. Isto significaria que a Itália foi atingida, no mínimo, por várias “sementes” individuais do vírus.

O surto na China ocorreu principalmente na cidade de Wuhan, mas com várias fontes na cidade e vários pacientes zero, registando-se um surto menor em Guangdong que foi facilmente contido. A China teve vários núcleos em Wuhan. Não houve uma fonte única e nenhum paciente zero foi identificado, o que é semelhante ao que aconteceu em Itália.

O mistério do "paciente número 4" italiano

O surto italiano foi causado por infecções oriundas da China? Sim e não.

Antes de 20 de Fevereiro de 2020 havia apenas três casos de infecção por coronavírus em Itália: dois turistas de Wuhan, China, confirmados em 30 de Janeiro; e um italiano que regressou a Roma viajando de Wuhan em 6 de Fevereiro. Estes foram claramente casos importados e nas duas semanas seguintes não se registaram novas infecções em Itália.

Então, de repente, surgiram novas infecções que se verificou não estarem relacionadas com a China. Em 19 de Fevereiro, a Região de Saúde da Lombardia emitiu uma declaração segundo a qual um italiano de 38 anos foi diagnosticado com o novo coronavírus, tornando-se o quarto caso confirmado na Itália. O homem nunca se deslocou à China e não teve contacto com os pacientes chineses confirmados.

Imediatamente após o diagnóstico deste paciente explodiu um grande surto em Itália. Num dia, o número de casos confirmados aumentou para 20 e, após pouco mais de três semanas, a Itália já tinha 17660 casos confirmados.

Os italianos não ficaram parados na procura do paciente zero. Alteraram a designação de "Paciente 4" para "Italiano nº 1" e tentaram perceber como este foi infectado. A pesquisa foi aparentemente infrutífera, segundo um artigo no qual "a gripe americana do século tornou-se suspeita para os italianos". (4)

O mistério da "Paciente nº 31" da Coreia do Sul

A experiência da Coreia do Sul foi estranhamente semelhante à da Itália e também à da China. No território coreano registaram-se 30 casos importados, que começaram em 20 de Janeiro e todos foram rastreados em relação aos contactos com a província de Hubei e a cidade de Wuhan na China.

Mas a Coreia do Sul descobriu uma “Paciente nº 31”, uma mulher sul-coreana de 61 anos diagnosticada com o novo coronavírus em 18 de Fevereiro. Essa paciente “local” não teve vínculos com a China, não teve contacto com nenhum chinês e nenhum contacto com os outros sul-coreanos infectados. A sua infecção teve uma fonte sul-coreana.

Tal como aconteceu em Itália, o surto de coronavírus na Coreia do Sul explodiu rapidamente após a descoberta do Paciente 31. No dia seguinte, 19 de Fevereiro (para comparação, o surto em Itália explodiu a 21 de Fevereiro), registaram-se 58 casos confirmados na Coreia do Sul, atingindo mil em menos de uma semana. Três semanas depois a Coreia do Sul tinha 8086 casos confirmados. Parece provável, portanto (ainda não confirmado), que a Coreia do Sul e a Itália possam ter sido “semeadas” aproximadamente ao mesmo tempo.

Como os italianos, a Coreia do Sul realizou uma caçada massiva à fonte de infecção do seu “coreano nº 1”, vasculhando o país à procura de provas mas sem sucesso. A investigação detectou que os casos confirmados na Coreia do Sul se concentraram principalmente em dois grupos separados em Daegu e Gyeongsang North Road, onde a maioria dos membros - mas não todos - poderiam estar relacionados com o "Paciente 31". Como em Itália, vários núcleos e várias infecções simultâneas espalharam-se como fogo numa floresta - e sem a ajuda de um mercado de frutos do mar que vende morcegos e pangolins.

Poderia acrescentar, tanto para Itália como para a Coreia do Sul, que não existe um suposto "laboratório de armas biológicas" em algum lugar das imediações (como foi alegado na China), mas nem isso seria preciso. De facto, existem laboratórios de armas biológicas nas imediações das áreas atingidas tento em Itália como na Coreia do Sul - mas eles pertencem às Forças Armadas dos Estados Unidos.

Antecedentes

A Coreia é particularmente notável nesse aspecto, porque ficou provado que o MERS (Síndrome Respiratório do Médio Oriente) resultou de uma fuga na base militar norte-americana de Osan, em território coreano. A narrativa ocidental oficial explica que o surto de MERS na Coreia do Sul foi originado por um empresário coreano infectado no Oriente Médio e que depois voltou a casa, na província de Gyeonggi, espalhando a doença. Mas nunca houve qualquer documentação ou prova confirmando essa versão – a qual, tanto quanto é possível saber, nunca foi verificada pelo governo sul-coreano.

No entanto, é pertinente saber que, segundo a agência coreana de notícias Yonhap, no início do surto cerca de cem militares sul-coreanos foram repentinamente colocados quarentena na base aérea de Osan, que serve a Força Aérea dos Estados Unidos. A base de Osan abriga o programa biológico militar JUPITR ATD, intimamente associado ao laboratório de Fort Detrick, sendo ambos centros de pesquisa de armas biológicas dos Estados Unidos.

Existe também um Instituto Internacional de Vacinas (muito secreto) patrocinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nas proximidades, que é (ou pelo menos foi) gerido por efectivos militares ligados a programas de armas biológicas dos Estados Unidos. Na época, e dada a quarentena decretada, a sequência de acontecimentos revela como mais provável a hipótese de uma fuga no âmbito do projeto de guerra biológica JUPITR. (5) (6).

O rasto coreano é semelhante ao da Itália. Se observarmos um mapa das áreas mais atingidas pelo vírus em Itália, há uma base militar dos Estados Unidos a um passo de todas elas. Trata-se, é claro, de casos circunstanciais que suscitam suspeitas e que, de modo algum, constituem provas do que quer que seja. 

No entanto, há um ponto importante que não pode ser esquecido, a saber: a ocorrência de manifestações simultâneas de um novo vírus em três países diferentes, sem nenhuma epidemiologia clara entre eles e também com incapacidade de identificar a fonte original ou paciente zero.

Vários especialistas em armas biológicas concordam unanimemente em que o aparecimento de um patógeno novo e incomum em população humana em vários lugares ao mesmo tempo, sem uma ideia clara da fonte e sem ligações comprovadas, é indício de um organismo patogénico disparado deliberadamente – uma vez que os surtos naturais quase sempre podem ser resolvidos num lugar e com um paciente zero. 

A possibilidade de uma fuga deliberada é tão forte na Itália e na Coreia do Sul como na China, com os três países partilhando aparentemente as mesmas suspeitas.

*Consultor em gestão e administração. Professor da Universidade de Fudan, Xangai

(1)https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)30627-9/fulltext?dgcid=raven_jbs_etoc_email#seccestitle10

(2)https://www.npr.org/2020/03/19/817974987/every-single-individual-must-stay-home-italy-s-coronavirus-deaths-pass-china-s

(3)https://www.iss.it/web/guest/primo-piano/-/asset_publisher/o4oGR9qmvUz9/content/id/5293226

(4) http://dy.163.com/v2/article/detail/F7N756430514G9GF.html

(5) https://www.21cir.com/2015/06/south-korea-mers-emerged-out-of-the-pentagons-biowarfare-labs-2/

(6)https://www.businessinsider.com/almost-200-north-korean-soldiers-died-coronavirus-2020-3


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