CRIADOS ESQUADRÕES DA MORTE NA VENEZUELA
2019-07-21
A estratégia para destruir o legítimo Estado constitucional venezuelano é constituída por múltiplas variáveis e diversos cenários. Entre eles, como agora ficou a saber-se, o recurso aos sangrentos esquadrões da morte, bandos de assassinos sustentados pelos interesses coloniais na América Latina. Foram criados na Venezuela pelo homem de Trump, Elliot Abrams, que há 30 anos os forjara na Nicarágua.
Horacio Duque, America Latina en Movimiento/O Lado Oculto
Holmes Trujillo, o chanceler uribista (do ex-presidente fascista Álvaro Uribe) do governo colombiano, afirmou sem qualquer pudor que é necessário prosseguir as acções para bloquear e destruir a economia venezuelana, com o objectivo de criar condições para o colapso definitivo do governo de Caracas.
Mesmo estando em curso, na ilha de Barbados, o diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e as oposições, entre as quais se encontram os delegados do “interino” Juan Guaidó, outros actores têm-se destacado ao fazer declarações no sentido manter a pressão das ingerências desestabilizadoras, como fizeram a porta-voz da União Europeia, o Grupo de Lima e o secretário da Organização de Estados Americanos (OEA).
Porém, o dado mais grave e preocupante de toda esta complexa trama bélica contra o governo de Maduro é a formação das designadas “Autodefesas Unidas Colombo-Venezuelanas” (AUCV), actuando com o apoio, a colaboração e patrocínio do exército colombiano e do Comando Sul (SouthCom) do Pentágono.
Esta fórmula paramilitar reedita o modelo dos Contra da Nicarágua utilizado contra a Revolução Sandinista nos anos oitenta e à frente do qual esteve Elliot Abrams, o actual enviado de Trump que coordena todo o plano de destruição da Revolução Bolivariana.
As AUCV ressuscitam o aparelho de morte uribista dirigido por Carlos Castaño, o criador das Autodefesas Unidas e Camponesas da extrema-direita fascista colombiana, grupos responsáveis por milhares de massacres, desaparecimentos e deslocados durante as últimas décadas na Colômbia.
Estas estruturas mercenárias e militares são, historicamente, instrumentos de terror dos aparelhos autocráticos e fascistas, militares ou civis, que têm prevalecido em toda a América Latina por décadas a fio, cumprindo estratégias coloniais traçadas pelos Estados Unidos. Assim tem acontecido na Argentina, no Brasil, em El Salvador, Honduras, Chile, Guatemala, Paraguai, Peru, Bolívia, Nicarágua e agora na Venezuela.
O que ressalta com clareza desta situação é que tanto o império como os seus subordinados de Bogotá se decidiram pela organização de um exército assassino para espalhar o terror e a morte nos 2300 quilómetros de fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, para assim criar o cenário de guerra civil no território venezuelano.