O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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O VÍRUS COMO ARMA PARA MILITARIZAÇÃO DA SOCIEDADE

2020-05-19

Manlio Dinucci, Il Manifesto/O Lado Oculto

A Fundação Rockefeller, que mantém laços históricos com o Estado federal norte-americano, apresentou um plano nacional para controlar a epidemia de coronavírus. Tem como objectivo testar 30 milhões de pessoas por dia – despesa a ser assumida pelo Estado – e a submeter os cidadãos a um estrito controlo militar.

A Fundação Rockefeller apresentou o seu Plano de Acção Nacional para o Controlo do COVID-19, identificando os “passos pragmáticos para reabrir os nossos locais de trabalho e as nossas comunidades”.

Não se trata, porém, como o título pretende indicar, simplesmente de medidas sanitárias. O Plano – para o qual contribuíram algumas das mais prestigiadas universidades (Harvard, Yale, Johns Hopkins e outras) – configura um verdadeiro modelo social hierarquizado e militarizado. No topo: o “Conselho de Controlo da Pandemia, análogo ao Conselho de Produção de Guerra que os Estados Unidos criaram durante a Segunda Guerra Mundial”.

O “Conselho” será forçado por “líderes do mundo dos negócios, do governo e do mundo universitário” (listados por esta ordem de importância, não com os representantes governamentais na primeira fila mas sim com os das finanças e da economia). Este Conselho supremo terá o poder de decidir produções e serviços com uma autoridade análoga à que é conferida ao presidente dos Estados Unidos em tempo de guerra pela Lei para a Produção da Defesa. O Plano prevê que três milhões de cidadãos norte-americanos sejam submetidos semanalmente aos testes de COVID-19 e que o número possa ser alargado até 30 milhões por semana em seis meses. O objectivo, a atingir num ano, é o de chegar à capacidade de submeter aos testes de COVID-19 30 milhões de pessoas por dia.

Por cada teste prevê-se “um reembolso adequado a um preço de mercado de 100 dólares”. Serão necessários fundos públicos “de milhares de milhões de dólares por mês”.

Técnicas de controlo de tipo militar

A Fundação Rockefeller e os seus parceiros financeiros contribuirão para criar uma rede de concessão de garantias de crédito e a assinatura de contratos com os fornecedores, isto é, com as grandes empresas produtoras de medicamentos e equipamentos médicos. Segundo o Plano, o “Conselho de Controlo da Pandemia” é também autorizado a criar um “Corpo de Resposta à Pandemia”: uma força especial (que não é designada “Corpo” por acaso, a exemplo do que acontece com os Marines) constituída por 100 mil a 300 mil membros. Serão recrutados entre os voluntários dos Peace Corps e dos Americorps (criados pelo governo dos Estados Unidos oficialmente para “ajudar os países em vias de desenvolvimento”) e entre os militares da Guarda Nacional.

Os membros do “Corpo de Resposta à Pandemia” receberão um salário médio bruto de 40 mil dólares anuais, estando prevista, nesse sentido, uma despesa pública de quatro mil milhões a 12 mil milhões de dólares anuais. O “Corpo de Resposta à Pandemia” terá sobretudo a tarefa de controlar a população com técnicas de tipo militar, através de sistemas digitais de rastreio de identificação em locais de trabalho, de estudo, em bairros residenciais, em locais públicos e durante deslocações. Sistemas deste tipo – lembra a Fundação Rockefeller – são realizados por Apple, Google e Facebook.

Segundo o Plano, as informações sobre pessoas individuais relacionadas com o seu estado de saúde e as suas actividades serão confidenciais “sempre que seja possível”. Contudo, serão todas centralizadas numa plataforma digital gerida conjuntamente pelo Estado federal e por empresas privadas. 

Com base nos dados fornecidos pelo “Conselho de Controlo da Pandemia” será decidido, passo a passo, que zonas serão submetidas ao confinamento e durante quanto tempo. Este é, em síntese, o Plano que a Fundação Rockefeller pretende montar nos Estados Unidos e noutros lados. Mesmo que seja realizado apenas parcialmente, produzirá uma concentração ulterior do poder económico e político nas mãos de elites ainda mais restritas, em detrimento de uma maioria crescente que será privada de direitos democráticos fundamentais. 

Operação conduzida em nome do “controlo do COVID-19”, cuja taxa de mortalidade, segundo números oficiais, é até agora inferior a 0,03% da população norte-americana. No Plano da Fundação Rockefeller o vírus é usado como uma autêntica arma, mais perigosa ainda que o próprio COVID-19.


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