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WASHINGTON PRESSIONA A REJEIÇÃO DE AUXÍLIO CUBANO

Delegação cubana de apoio médico chega a Itália, país que não conta com apoio da União Europeia

2020-03-27

Redacção de O Lado Oculto; com Morning Star

Os Estados Unidos estão a pressionar com veemência os governos de numerosos países para que não aceitem as missões cubanas de assistência médica em plena pandemia de COVID-19.

No auge da crise, Cuba tem enviado equipas médicas para alguns países com maiores dificuldades para controlar a epidemia, como é o caso de Itália – que não pode contar com o apoio da União Europeia. O governo de Havana envia igualmente suprimentos de Interferon Alfa-2B, medicamento de produção cubana que tem obtido bons resultados no tratamento do novo coronavírus. Trata-se de um dos 30 medicamentos escolhidos pela Comissão Nacional de Saúde da China para combater infecções respiratórias.

A administração Trump tem vindo a fazer saber a vários governos que o objectivo de Cuba não é combater o COVID-19 mas sim ganhar dinheiro para compensar a perda de receitas obtidas com países que suspenderam a colaboração médica de Havana ao rejeitarem “esse programa abusivo”.

O ataque contra as missões médicas internacionalistas cubanas intensificou-se há um ano quando Donald Trump afirmou que as acções de assistência têm como objectivo minar a democracia em países como por exemplo a Venezuela. Nessa ocasião, governos de direita como o brasileiro de Jair Bolsonaro prescindiram do apoio médico cubano. Bolsonaro destruiu deliberadamente o programa “Mais Médicos”, traduzido no apoio de milhares de profissionais de saúde a regiões remotas e desfavorecidas do Brasil e que era sustentado maioritariamente por clínicos cubanos – sem haver número suficiente de brasileiros dispostos a substituí-los. O presidente brasileiro tem vindo a tentar rever a posição devido às fragilidades evidenciadas pelo sistema de saúde brasileiro, sobretudo na actual fase de pandemia.

O programa médico e humanitário cubano foi desenvolvido após a Revolução de 1959 e tem proporcionado condições de saúde às nações mais pobres do mundo que, de outra maneira, não poderiam obtê-las.

O programa está actualmente activo em mais de 60 países e registou agora desdobramentos noutras nações devido à emergência do combate ao COVID-19.

As pressões norte-americanas exercem-se sobre as missões de solidariedade desenvolvidas pela China e Cuba, que estão na linha da frente internacional do combate à pandemia. Enquanto isso, os Estados Unidos reforçaram sanções económicas contra o Irão e a Venezuela, país a propósito do qual estão a oferecer milhões de dólares de “recompensa” pela prisão dos seus principais dirigentes. O Pentágono mantém também exercícios militares na Ásia e na Europa: notícias recentes dão conta de que 20 militares norte-americanos participantes em jogos de guerra na Lituânia estão infectados com o novo coronavírus e são potenciais focos de contaminação da população.



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