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CESSAR-FOGO EM IDLEB NÃO PROTEGE OS TERRORISTAS

2020-03-06

Castro Gomez, Moscovo; Exclusivo O Lado Oculto

Um cessar-fogo entrou em vigor na província síria de Idleb às 0 horas de 6 de Março na sequência de um encontro em Moscovo entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep-Tayyip Erdogan.

O acordo resultou de seis horas de conversações durante as quais os dois presidentes estiveram várias vezes a sós.

Nos termos do acordo, a Rússia e a Turquia são militarmente responsáveis por uma zona desmilitarizada de seis quilómetros de cada lado da principal estrada que liga o Norte e o Sul da Síria, designada M4 na região em causa. Além disso, as duas partes reafirmaram o seu empenho na soberania da Síria sobre a totalidade do território, o que significa também a região de Idleb e todas as outras partes sob ocupação, designadamente por tropas norte-americanas e respectivos braços armados – incluindo os “curdos”.

Ainda nos termos do acordo assinado em Moscovo, as duas partes comprometem-se a criar condições para o regresso dos refugiados; e reconhecem que o conflito não tem solução militar.

Outros aspectos de grande relevância não constam do acordo escrito mas estão implícitas no articulado e são assumidos por todas as partes envolvidas.

Isso significa que os recentes ganhos territoriais obtidos pelo Exército Árabe Sírio durante os combates das últimas semanas são dados como adquiridos e não podem ser postos em causa; quer isso dizer que ficam sem efeito as exigências turcas sobre o regresso sírio às posições anteriores.

Além disso, o cessar-fogo não protege as organizações consideradas terroristas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, designadamente al-Nusra, al-Qaida e todos os grupos que lhes estão associados e que frequentemente mudam de designação. Uma vez que as bolsas terroristas que resistem em Idleb são deste tipo, e que têm vindo a ser auxiliadas pelo recente reforço militar turco, a Síria e a Rússia, de acordo com o que foi estabelecido em Moscovo, poderão continuar as operações militares para libertação do território.

A Rússia afirmou, nos termos do acordo, que continua comprometida com a protecção e legitimidade do governo soberano da Síria.

O que ficou estabelecido significa também que fracassou a operação militar em que a Turquia se envolveu na Síria durante as recentes semanas.


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