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Suspeitava-se disso, mas os indícios acumulam-se. A reunião conspirativa de Lisboa em 4 de Dezembro, facultada pelo governo português, entre Benjamin Netanyahu e o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeou, serviu para planear uma possível agressão “preventiva” contra o Irão. O contexto militarista e mediático do encontro e a agenda revelada por Netanyahu – primeiro ponto, Irão, segundo ponto, Irão, e mais os pontos que forem precisos, Irão – não deixam dúvidas de que a capital portuguesa acolheu uma cimeira de planeamento de guerra. "Vamos fazer o Irão cambalear ainda mais", prometeu o primeiro-ministro de Israel.
As principais potências europeias, Alemanha, França e Reino Unido, continuam a afirmar oficialmente que estão a “tentar salvar” o acordo nuclear com o Irão mas, na verdade, já o venderam aos Estados Unidos. E quando dirigentes europeus visitam Teerão não o fazem para sublinhar a importância de o Irão continuar a respeitar o acordo mas sim para convencer este país a aceitar as exigências dos Estados Unidos e a renegociar o que ficou estabelecido em Genebra.
A elite governante mundial, em aliança com o aparelho comunicacional global que trata da sua propaganda, querem forçar-nos a viver numa realidade paralela, aquela em que a versão ficcional e oficial dos factos se transforma em verdade única, indiscutível, sendo a discordância anatemizada como fake news.
A notícia de que um drone militar norte-americano foi abatido sobre a cidade portuária de Hodeida, na costa oeste do Iémen, provocou grande revolta entre os habitantes porque confirma o envolvimento directo dos Estados Unidos na guerra de agressão contra o país que, segundo a ONU, provocou a pior crise humanitária do mundo e deixa quase 25 milhões de pessoas a necessitar de ajuda urgente.
O início de um conflito armado entre os Estados Unidos e o Irão esteve por muito pouco às primeiras horas de sexta-feira, 21 de Junho, quando o presidente Donald Trump ordenou um bombardeamento cuja execução suspendeu apenas a dez minutos de ser desencadeado e os militares iranianos evitaram abater um avião-espião norte-americano, com 35 pessoas a bordo, que invadira o espaço aéreo de Teerão. Apesar destes desfechos, o clima guerra iminente mantém-se na região.
Segundo as mais fresquinhas informações vindas directamente das águas tépidas do Golfo de Omã, a marinha dos Estados Unidos descobriu fragmentos de minas que há uma semana terão danificado dois petroleiros que estavam de passagem pela região. E segundo as inscrições nelas registadas, agora sim não há dúvida de que o autor da maldade foi o Irão, há que castigá-lo. Razão tinham o presidente Trump e os seus guardas pretorianos Bolton e Pompeo, que juravam desde o primeiro momento ter pressentido as “impressões digitais” de Teerão no incidente. Será assim?
Os Estados Unidos decidiram enviar um reforço de mil efectivos de tropas para o Médio Oriente com o objectivo de “responder aos recentes ataques do Irão”, segundo o secretário da Defesa em funções, Patrick Shanahan. Entretanto correm informações de que o Pentágono prepara “bombardeamentos tácticos massivos” contra alvos iranianos, possivelmente locais da sua indústria nuclear civil.
Numerosos analistas de inteligência e especialistas políticos citados por vários meios de comunicação social consideram que a administração Trump não tem qualquer prova séria do envolvimento do Irão nos ataques contra petroleiros no Golfo de Omã, pelo que demonstra estar “ansiosa por uma guerra” contra este país. Uma das provas é o facto de o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeo, atribuir agora ao Irão a responsabilidade por ataques cometidos há duas semanas pelos Talibã no Afeganistão.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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