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ISRAEL ROUBA MÁSCARAS E EQUIPAMENTOS

2020-04-15

The New Arab/O Lado Oculto

O Mossad, a agência de espionagem israelita, declara-se envolvida num grande esforço para adquirir equipamentos e suprimentos médicos antes que terminem os stocks em armazém em plena pandemia de COVID-19. Entre as actividades desenvolvidas pela instituição através do mundo está o roubo, admitiu um funcionário numa declaração à comunicação social.

Ilana Dayan, apresentadora do programa “Facto” do Canal 12, citou um funcionário do Mossad, que identificou apenas como H., como tendo afirmado que a agência usará todos os meios para obter o equipamento necessário durante a pandemia. Os produtos desejados variam das máscaras de protecção aos ventiladores mecânicos, considerados essenciais para manter vivos os infectados com COVID-19.

Interrogado sobre se os esforços em desenvolvimento incluem roubo, H., que desempenha funções de chefe da divisão de tecnologia, afirmou: “Roubamos, mas apenas um pouco”. Não deu, porém, pormenores sobre os métodos utilizados.

“Os cidadãos de Israel não terão falta” dos produtos necessários, garantiu o funcionário. “No mundo em geral haverá uma grande escassez”, acrescentou. “Há gente a morrer por falta de equipamentos, mas em Israel as pessoas não vão ficar sem eles”.

O papel do Mossad no combate à crise provocada pelo novo coronavírus veio à superfície durante o mês de Março quando o chefe da agência, Yossi Cohen, se submeteu a quarentena depois de um contacto próximo com o ministro da Saúde, Yaakov Litzman, que testou positivo para o COVID-19.

No início de Março, a agência criou um centro de comando e controlo responsável pela obtenção e distribuição de suprimentos médicos em colaboração com o Ministério da Defesa e uma divisão de inteligência militar, noticiou o New York Times.

Seis responsáveis que estão ou estiveram envolvidos nas operações de combate ao coronavírus desenvolvidas pelo Mossad disseram ao mesmo jornal que “usaram contactos internacionais” para impedir uma eventual escassez de equipamentos. Os serviços de espionagem militar conseguiram obter produtos em condições que não estavam ao alcance do Ministério da Saúde, revelaram as fontes sob a condição de anonimato.

Meios de comunicação social árabes têm afirmado que o Mossad se envolveu na obtenção de milhares de testes de coronavírus em países com os quais Israel não tem relações diplomáticas.

Além de ter tido acesso a milhão e meio de máscaras cirúrgicas, dezenas de milhares de máscaras N95 e outros suprimentos, o Mossad obteve tecnologia e conhecimento no exterior do país para aumentar a produção de ventiladores e equipamentos de protecção individual, revelou um funcionário superior.

Outra autoridade sénior israelita revelou que os esforços da agência de espionagem foram melhor sucedidos em países sob governos autoritários, onde é mais directa a ligação entre os dirigentes e as polícias de informações, algumas das quais têm laços fortes com o Mossad. Em alguns casos, segundo a mesma fonte, o chefe do Mossad falou directamente com os políticos que facilitaram o acesso aos equipamentos pretendidos.


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