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TRUMP PRESSIONADO A ATACAR O IRÃO

Efeitos de um dos bombardeamentos norte-americanos contra o Iraque em 12 de Março

2020-03-21

Edward Barnes, Damasco; Exclusivo O Lado Oculto

Os conselheiros de segurança nacional de Donald Trump continuam a pressionar para que sejam executados ataques militares contra o Irão. O presidente norte-americano tem rejeitado essa possibilidade, o que não o inibiu de atacar o Iraque em 12 de Março.

As insistências dos conselheiros baseiam-se no facto de o Pentágono continuar a atribuir às milícias xiitas iraquianas Kataeb Hezbollah, qualificadas como “instrumentos do Irão”, o ataque de 11 de Março contra instalações norte-americanas de ocupação no Iraque, matando alegadamente dois militares norte-americanas e um britânico.

Donald Trump, segundo fontes próximas, decidiu até agora não fazer qualquer ataque contra território iraniano porque “pode parecer mal” aos olhos do mundo uma ofensiva contra o terceiro país mais afectado pela epidemia de coronavírus – a seguir à China e a Itália. Esta justificação não impediu, contudo, a administração norte-americana de impor novas sanções económicas ao Irão no auge dos efeitos da epidemia.

Nos cinco bombardeamentos aéreos contra o Iraque efectuados em 12 de Março, as forças norte-americanas provocaram a morte de pelo menos três soldados iraquianos, dois agentes da polícia e um trabalhador civil.

Tal como sucedeu no início de Janeiro, a realização da “retaliação” norte-americana baseou-se no facto de a operação contra os ocupantes em 11 de Março ter sido realizada alegadamente por uma milícia “pró-iraniana”. No início do ano veio a verificar-se que as autoridades norte-americanas mentiram quanto aos autores do ataque, que foram os sunitas do Estado Islâmico ou Isis e não os xiitas do Khataeb Hezbollah. Nada garante que não esteja a acontecer o mesmo desta feita, pelo que não é de excluir – tendo em conta a posição dos conselheiros de segurança nacional e do secretário de Estado Pompeo – que não venha a ocorrer uma acção do género da que provocou a morte do general Qasem Soleimani, em 3 de Janeiro, ordenada pessoalmente por Trump.

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