O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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BRASIL LUTA PELA INDEPENDÊNCIA

2018-08-14

Zillah Branco, especial para O Lado Oculto

O Brasil vive momentos de profundas mudanças. Supera as heranças de um passado colonial esclavagista e de largo período de domínio estrangeiro. Restou a oligarquia rural que se colou ao poder nacional com o controlo dos agentes financeiros e fortes vínculos, nas áreas industriais e de serviços, com o mercado externo ao serviço do imperialismo.

Com a criação de um Estado republicano e "democrático", a velha oligarquia agrária apossou-se da República e passou a alternar seus representantes nos sucessivos governos, sempre submissa aos Estados Unidos. Getúlio Vargas introduziu o caminho desenvolvimentista, criando empresas estatais e a legislação do trabalho. Foi levado ao suicídio por não vencer a pressão externa e da elite oligárquica. Veio o golpe militar com apoio imperialista.

A nascente burguesia, que aprendeu a distinguir desenvolvimento de crescimento com a CEPAL (Comissão Económica para a América Latina, ONU), aliou-se aos movimentos populares na resistência nacional contra a ditadura e lutou pelas suas causas democráticas: liberdade, escola pública, saúde universal, previdência social, legislação laboral. A onda democrática minou o poder militar. Do seu partido único ARENA saltou Sarney para o MDB da oposição e para vice de Tancredo Neves nas primeiras eleições democráticas. Tancredo morreu antes da posse, deixando o oligarca Sarney como Presidente.

Ulisses Guimarães defendia o PMDB das tendências neocapitalistas que cindiram o partido, gerando o PSDB. Morreu em acidente de avioneta em 1992.

Surge o PT como polo de atração para a esquerda desenvolvimentista. Lula trouxe para a luta eleitoral o povo alheio à política elitista. Abriu caminho para a inclusão de todos na vida cidadã e apoiou o empresariado capaz de desenvolver os recursos industriais e o país a nível internacional.

E conseguiu. Reduziu os índices de miséria, e promoveu a unidade continental com outros países. Feriu os interesses hegemónicos imperialistas, representados pelo PSDB.

A elite oligárquica apoiante do  PT minou o poder através do controlo dos mecanismos financeiros e comerciais, submissa ao mercado global. Impôs o agro-negócio latifundiário, as multinacionais sobrepostas à indústria nacional, entregou as instituições sociais do Estado aos privados, destroçou o sistema judiciário e deu novo golpe.

O passo a ser dado agora para eleger novo Governo é a união das esquerdas em defesa de uma plataforma para dar voz ao povo, recuperar as riquezas minerais e geopolíticas alienadas pelos golpistas, cortar o caminho do neoliberalismo oposto ao desenvolvimento das forças produtivas e à soberania nacional, sem cair nas armadilhas das alianças espúrias.

 


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