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PENTÁGONO MANDA 10 MIL SOLDADOS PARA O MÉDIO ORIENTE

A tropa norte-americana anda numa roda viva em todo o mundo

2019-05-23

Martha Ladesic, Nova York; com Antiwar.com

O Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) pediu ao Pentágono o envio de um número substancial de tropas terrestres algures para o Médio Oriente devido às tensões actualmente existentes com o Irão e aos dados de espionagem sobre as “ameaças” iranianas que continuam a ser citadas por altos funcionários. O número em causa pode ser de dez mil efectivos.

O CENTCOM tem como área de intervenção o Médio Oriente, incluindo o Egipto e o Iraque, e a Ásia Central, onde se destaca o Afeganistão. Além das alegadas “ameaças” iranianas que continuam a ser invocadas por membros da administração Trump há que ter igualmente em conta a situação na Síria e no Iraque.

Na Síria, meios oficiais norte-americanos voltaram a dar credibilidade propagandística às encenações de falsos ataques químicos governamentais que grupos terroristas tentam organizar em Idleb; no Iraque tem crescido de tom a animosidade entre o governo de Bagdade e as tropas norte-americanas de ocupação, o que levou Washington a ordenar a evacuação de numerosos funcionários da sua embaixada, uma das mais relevantes no mundo.

Embora os relatórios iniciais afirmassem que o CENTCOM estaria apenas a pedir “cerca de cinco mil” tropas terrestres, relatos subsequentes revelaram que o Pentágono está a preparar um plano com 10 mil soldados para apresentar ao presidente Trump. O chefe do Pentágono já admitiu que poderão ser enviadas mais tropas para o Médio Oriente.

Meios “defensivos” e “algures”

Não são ainda claros os lugares de estacionamento dessas tropas, embora, como é hábito, as autoridades norte-americanas insistam em afirmar que se trata de meios puramente “defensivos”. De qualquer modo, a anunciada retirada de tropas que o presidente chegou a prometer na Síria e no Afeganistão é substituída agora por um significativo reforço.

No Médio Oriente encontra-se já, há mais de uma semana, o porta-aviões Abraham Lincoln e o respectivo grupo de combate, o que dá pouca credibilidade à versão oficial segundo a qual as tropas a enviar são de cariz “defensivo”.

É muito improvável que o Iraque receba novo e grande fluxo de tropas norte-americanas, sobretudo porque o Parlamento de Bagdade tem vindo a exigir a retirada de todas as tropas estrangeiras do território iraquiano e também porque se trata de um dispositivo bélico contra o Irão, que tem boas relações com o governo do país vizinho.

O CENTCOM está a ser vago sobre os objectivos do envio destas tropas, defendendo-se com o facto de não ser usual tornar públicas as suas actividades. Não há que esperar muito mais, sabendo-se o pouco que os militares norte-americanos se relacionam com a comunicação social, a não ser em briefings de imprensa para efeitos de propaganda. 

As fontes do CENTCOM limitam-se a afirmar que não se trata de algo específico que tenha a ver com o Irão e que o plano estabelece o envio dos 10 mil efectivos para “algures no Médio Oriente”. Não existem quaisquer dúvidas, porém, de que o plano está em andamento sejam quais forem as reacções da opinião pública.







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