O MUNDO ACTUAL VISTO PELA CHINA

2019-03-11
Resistência/Prensa Latina/O Lado Oculto
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, pormenorizou em conferência de imprensa realizada em Pequim a posição, as perspectivas e acções de seu país perante os conflitos, desafios e outros temas de preocupação global, assim como o desenvolvimento das relações internacionais; afirmou que Pequim manterá a diplomacia num caminho pacífico, na defesa dos interesses nacionais e da ordem mundial, sem pretensões hegemónicas.
“A China protegerá os seus direitos e interesses legítimos, e não permitirá qualquer agressão contra sua soberania e a sua dignidade”, disse Wang Yi. “O desejo e o objectivo de China sempre foram os de interagir com outras civilizações com base no respeito mútuo, na convivência pacífica e na procura de uma cooperação mutuamente benéfica com os demais países”, acrescentou.
O chefe da diplomacia de Pequim assegurou que a China procurará sempre extrair conclusões justas sobre o fundo de cada assunto e actuará dentro dos limites do direito internacional.
Defesa do multilateralismo
Por outro lado, definiu o multilateralismo como uma pedra angular do sistema internacional e reiterou a disposição do seu governo para o salvaguardar, em conjunto com o papel da Organização das Nações Unidas, o pilar do sistema multilateral.
Wang Yi abordou a questão da desnuclearização da Península da Coreia, tema central das cimeiras entre a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e os Estados Unidos; apelou aos dois países para que sejam pacientes, ponham de lado as desconfianças e se mantenham comprometidos com a conclusão deste processo através do diálogo político.
Insistiu na cooperação como a melhor ferramenta para resolução de qualquer diferença entre o governo de seu país e o dos Estados Unidos; ao mesmo tempo, desafiou a Europa a impulsionar uma política com a China que seja independente, consistente e que tenha uma estratégia de futuro.
Wang elogiou o nível actual das relações da China com o Japão, a RPDC, a Índia, a América Latina e as Caraíbas, o Sudeste Asiático, a África e a Rússia. Quanto a este país e as suas relações com Pequim, sublinhou que enquanto “estiverem juntos o mundo será um lugar mais seguro, pacífico e estável”.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros abordou a situação gerada pelo conflito indo-paquistanês e também a crise no Afeganistão. Defendeu que as partes envolvidas devem abandonar as atitudes beligerantes e abrir caminho à reconciliação e à paz, ao entendimento e à estabilidade.
Entre alguns outros pontos, Wang Yi considerou que a situação no Mar do Sul da China melhorou, esperando que se concluam até 2021 as conversações sobre o Código de Conduta. Sobre essa matéria, admitiu que as sugestões serão bem-vindas, mas nunca as ingerências.