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O Facebook, que tem uma aliança operacional com o Conselho do Atlântico, uma entidade que trata da “liderança dos Estados Unidos e aliados” no mundo, está a montar uma gigantesca cadeia de cabos submarinos em redor de África como “pilar de uma enorme expansão da internet no continente”. Perito em “educar os cidadãos e a sociedade civil” sobre o que é “verdadeiro” ou “falso”, o Facebook amarra agora os seus cabos em terras onde mais de 600 milhões de pessoas não têm acesso a energia eléctrica. Trata-se, afinal, de cabos que vêm suceder às velhas grilhetas coloniais.
Tropas dos Estados Unidos ocuparam a ilha de Socotra, no Iémen, juntaram-se ao contingente militar dos Emirados Árabes Unidos ali presente e começaram a instalar sistemas de defesa anti-aérea. O movimento ocorre à revelia do Congresso norte-americano e do próprio “governo” iemenita que Washington reconhece, tutelado pela Arábia Saudita.
A corrida aos recursos naturais em África é cada vez mais intensa e implica choques de interesses entre quem os dava como adquiridos por uma espécie de usucapião colonial e potências emergentes que se limitam a seguir as normas concorrenciais estipuladas pela doutrina do “mercado livre”. Considerando-se senhores do território africano, Estados Unidos e NATO reforçam uma presença militar que não hesita em estender-se sob outras bandeiras, como as da ONU e da União Europeia. Trata-se, no fundo, de pugnar por interesses geopolíticos e geoeconómicos com uma poderosa vertente corporativa; do outro lado, Rússia e China marcam posições, com base em crescentes interesses empresariais, incomodando os que se pretendiam “donos daquilo tudo”. É a guerra secreta que progride em África, limitando o direito dos africanos a usufruírem das suas riquezas.
Na recente cimeira Rússia-África, realizada em finais de Outubro em Sochi, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o cancelamento de 20 mil milhões de dólares de dívidas acumuladas por países africanos. Qual o significado deste gesto, que mesmo em Moscovo foi muito criticado como uma generosidade sem sentido? Uma das explicações é o facto de a Rússia estar atenta à política chinesa no continente africano.
Sob disfarces vários, mas sob o mesmo pretexto, os Estados Unidos travam a "guerra contra o terrorismo" em 80 países, isto é, 40% das Nações da Terra. Em combate aberto ou sob as capas de "treino" e "assistência", o corpo expedicionário norte-americano é global e imperial, ao mesmo tempo que os efectivos terroristas e o número de organizações terroristas não deixaram de crescer e alastrar desde que o combate foi declarado, a seguir aos mal explicados atentados de 11 de Setembro de 2001. A situação deixa numerosas perguntas no ar, a que os governos, a começar pelo dos Estados Unidos, e as instituições internacionais não estão interessados em responder.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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