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CUIDADO: OS BILDERBERGERS ESTÃO REUNIDOS!

Sem palavras

2019-05-30

Sylvie Moreira, Montreux

A conspiração anual do Grupo de Bilderberg está a decorrer desde quinta-feira, 30 de Maio, até 2 de Junho em Montreux, na Suíça. Cerca de 130 convidados de 23 países reúnem-se sob a batuta fascista e evangélica cristã sionista do secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeo, e do genro do próprio presidente Trump, Jared Kushner, amigo íntimo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e coautor do ainda por divulgar “Acordo do Século” para o Médio Oriente.

Figuras sonantes de grandes grupos empresariais, da finança sem fronteiras, da comunicação social transformada em propaganda, de serviços secretos, da NATO e outras organizações do “nosso mundo civilizado” convivem com figuras da política europeia e norte-americana, especialmente estrelas ascendentes fadadas para grandes voos. 

De nacionalidade portuguesa lá está, como todos os anos desde que substituiu Pinto Balsemão na comissão executiva do grupo, o ex-MRPP, ex-primeiro ministro, ex-presidente da Comissão Europeia e agora figura grada do Goldman Sachs, o “banco que governa o mundo”, José Manuel Durão Barroso. Em Montreux estão igualmente Estela Barbot, administradora da REN e também o fulgurante Fernando Medina, dirigente do PS, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e opinion maker televisivo.

São 11 os pontos especificados da ordem de trabalhos, fora os não citados, como por exemplo os preparativos de agressão norte-americana contra o Irão. É inevitável que haja reuniões de índole reservada sobre o assunto bélico do momento estando no mesmo ambiente o secretário de Estado norte-americano Pompeo, o “conselheiro” da Casa Branca e sionista Kushner e o presidente da Suíça Ueli Meier, que representa Teerão nos contactos com Washington.

Os pontos explicitados da ordem de trabalhos são: Uma ordem estratégica estável; Europa, o que se segue?; alterações climáticas e sustentabilidade; China; Rússia; o futuro do capitalismo; Brexit; a ética da inteligência artificial; os media sociais como armas; a importância do Espaço; e as ameaças cibernéticas.

Como se vê, duas mãos não chegam para abranger todas as rubricas mencionadas.

Europa, que futuro?

No plano político europeu, os organizadores da reunião do Grupo de Bilderberg deste ano convidaram essencialmente prometedoras figuras, algumas das quais estão destinadas a assumir rapidamente papéis preponderantes ao nível da União como o primeiro-ministro holandês, o direitista Mark Rutte; a indigitada sucessora de Merkel e já presidente da CDU alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer; o chefe dos Moderados suecos, Ulf Kristenson, que acaba de cometer o feito de derrotar eleitoralmente os sociais-democratas; e o deputado conservador britânico e ex-militar Tom Tugendhat. É relevante que do universo dos conservadores do Reino Unido, que estão a escolher um sucessor para Theresa May, os bilderbergers tenham seleccionado Tugendhat, por sinal um dos mais activos inimigos do Brexit e também um dos conhecidos teorizadores da “guerra” que a Rússia supostamente move contra o seu país, designadamente através de venenos químicos.

Estes dirigentes juntam-se ao já citado Fernando Medina, aos ministros das Finanças da Bélgica, França e Irlanda, aos espanhóis Pablo Casado, chefe do Partido Popular, e Inés Arrimadas, a dirigente dos Ciudadanos, ao primeiro-ministro da Estónia, à ministra da Defesa da Alemanha, à chefe dos Verdes holandeses para debaterem o futuro político da Europa. Para isso contam também com o inevitável secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, por enquanto na reserva, e o eurodeputado polaco Sikorski, com segunda nacionalidade britânica, muito conhecido pelo papel relevante que desempenha junto do regime da Ucrânia.

Esta notável constelação não deixará de ouvir os experientes conselhos do criminoso de guerra Henry Kissinger, o inventor de Pinochet no Chile; as palavras de inspiração divina de Pompeo; as avisadas congeminações de Kushner sobre manobras na Casa Branca; e também os experientes contributos do general norte-americano na reserva David Petraeus, que funde uma rica experiência de massacres militares cometidos no Iraque e no Afeganistão com o cargo actual de figura de proa do fundo alimentador de guerras patrocinado pelos irmãos sionistas Koch, o KKR.

Os media como armas

É igualmente vasto o leque de convidados que darão cor e substância ao ponto da ordem de trabalhos sobre “os media sociais como armas”.

A formulação não especifica o ângulo de abordagem, mas não custa deduzir que os presentes irão verter experiência e julgamentos sobre fake news, desde que supostamente fabricadas por quem viola o pensamento único e global. Eles estão, por definição isentos de tais pecados, ou não representassem, por exemplo, destacados canais de televisão italianos e polacos, o Linkedin, o Washington Post, a Warner, o grupo alemão Axel Springer, o Financial Times, o canal Bloomberg, The Economist, a NBC News, o grupo multinacional Prisa, que encaixa a portuguesa TVI no seu seio.

Por certo partilharão saberes e know-how com presidentes de impérios como a Microsoft, a Ford, a Daimler, a Royal Dutch Shell, a AXA, a Roche o Goldman Sachs, o Crédit Suisse, o HSBC, alguns deles, por sinal, identificados em actividades ilícitas que não são, comprovadamente, notícias falsas. Sem esquecer os contributos para o debate que serão dados pela directora-geral da UNESCO, a presidente do Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF) e altos quadros da OCDE.

Pelo que não restarão dúvidas de que será profunda, vasta e frutuosa a conspiração dos bilderbergers deste ano.


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