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Esta sexta-feira, 9 de Julho, entidades que integram a comunidade dos profetas do vírus que anunciaram o SARS-CoV-2 em Outubro de 2019, cerca de dois meses antes de ser detectado na China, realizam uma simulação designada Cyber Polygon do que consideram ser a próxima pandemia, uma ciberpandemia com tal dimensão que, comparativamente, faria a crise da COVID-19 parecer um “pequeno distúrbio”. Quem o diz é o chefe do Fórum Económico Mundial (WEF na sigla inglesa), Klaus Schwab, ardente defensor do aproveitamento destas convulsões como “janelas de oportunidade” para proceder ao “novo reinício”, o Great Reset do capitalismo.
Se há domínio onde a futurologia está avançada, tocando mesmo o nível zero de erro, é o das pandemias virais. O Event 201, realizado em Outubro de 2019 em Nova York, antecipou apenas em dois meses o terrível mergulho no desconhecido que estamos a viver. É certo que a vocação assassina do coronavírus parece pecar por escassa em relação às previsões dos adivinhos – 65 milhões de mortos - mas já iremos perceber que a componente de pânico tem papel reservado nestas matérias. Porém, ao cabo de uma década de sucessivas “antecipações científicas”, de que o Event 201 foi a etapa mais recente, há que dar relevo ao acontecimento fundador destes exercícios visionários, datado de 2010 e que revela um realismo gritante. Sobretudo na vertente que começa a ganhar forma à escala global: a imposição do autoritarismo ou a vulgarização do excepcionalismo.
No dia 18 de Outubro de 2019, dezena e meia de tecnocratas de luxo ao serviço das mais altas esferas do regime neoliberal globalista reuniram-se num hotel de Nova York para realizar “um exercício pandémico de alto nível” designado Event 201; consistiu na “simulação de um surto de um novo coronavírus” de âmbito mundial no qual, “à medida que os casos e mortes se avolumam, as consequências tornam-se cada vez mais graves” devido “ao crescimento exponencial semana a semana”. Ninguém ouvira falar ainda de qualquer caso de infecção: estávamos a 20 dias de o jornal britânico Guardian noticiar o aparecimento na China de uma nova doença respiratória provocada – soube-se só algumas semanas depois – por um novo coronavírus. Os dons proféticos dos expoentes do neoliberalismo são, sem dúvida, admiráveis.
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