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Sete anos depois de lançados pelo presidente Xi Jinping, primeiro em Astana e depois em Jacarta, os projectos chineses das Novas Rotas da Seda ou Iniciativa Cintura e Estrada (ICE) – Belt and Road Iniciative (BRI) – deixam cada vez mais a oligarquia plutocrática norte-americana num transe alucinado.
Os doze indivíduos mais ricos dos Estados Unidos atingiram este mês de Agosto uma fortuna combinada que ultrapassa pela primeira vez o valor astronómico de um bilião (um milhão de milhões) de dólares. Este número foi obtido graças a uma aceleração explosiva dos fluxos de riqueza entre Março e Agosto, cerca de 40%, coincidindo com a recessão económica decorrente da pandemia de COVID-19 e as “medidas estabilizadoras” dos mercados e de “ajuda” económica decididas pelas autoridades norte-americanas – e outras, como a Comissão Europeia. Operações como a febril especulação nos mercados financeiros e actividades desenvolvidas sob a capa de “filantropia” estão na base dos níveis obscenos de riqueza dos 12 plutocratas, transformados em vedetas sociais pela comunicação social corporativa.
A filantropia está na moda. Não se trata apenas da tradicional caridadezinha, os que podem aos que precisam, mas de qualquer coisa muito mais grandiosa e assegurada por nomes sonantes da elite que nos governa à escala global, dir-se-ia que compadecidos das desigualdades gritantes, compungidos com as injustiças avassaladoras. Mergulham as mãos nos seus biliões e espalham uns trocos no apoio a causas fracturantes e que mobilizam a consciência de grande parte da humanidade. É certo que isso não os impede de serem cada vez mais ricos, antes pelo contrário, mas quem pode levar-lhes a mal? O mundo é assim!...
Combater o racismo e a brutalidade policial dentro dos horizontes estreitos das questões rácicas e da desmilitarização da polícia carece das perspectivas estratégicas que permitiriam transformar a luta num verdadeiro abalo para a sociedade capitalista. Já no rescaldo dos acontecimentos que se sucederam ao assassínio de George Floyd, emerge a “Comuna de Seattle”, prova provada de que o Partido Democrata, através dos seus braços como o movimento Black Lives Matter”, e das suas artimanhas, como a das “revoluções coloridas”, transformou o descontentamento popular genuíno num ajuste de contas entre elites imperiais em vésperas de eleições.
O que está a passar-se no Chile é mais um desmascaramento das veias predatória e repressiva do regime de neoliberalismo, por sinal no país onde foi aplicado pela primeira vez de maneira nua e crua, sob o controlo da ditadura fascista de Pinochet. A transição para a “democracia” manteve a ditadura económica intacta, pelo que a sublevação popular em curso traduz o facto de o Chile, segundo o Banco Mundial, ser um dos oito países mais desiguais do mundo.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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