O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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PIRATARIA E SEQUESTRO EM CABO VERDE POR ORDEM DE WASHINGTON

Alex Saab, enviado especial do governo da Venezuela para a União Africana, foi sequestrado e está detido há um ano em Cabo Verde por acção dos Estados Unidos e com base num documento da Interpol emitido já depois de ter sido feita a captura. Este caso de pirataria e sequestro, mantido à mão armada por um navio de guerra norte-americano ancorado ao largo das costas cabo-verdianas, não incomoda as sensíveis carpideiras sobre “direitos humanos”, tão prontas a dar sinais quando as violações são de outros azimutes.

O CIDADÃO, A ESTATÍSTICA E A ASTRAZENECA

A confusão instalou-se. E os responsáveis, em vez de inocularem um pouco de lucidez para travarem uma inquietação cada dia mais desgovernada, fogem para a frente amparando-se em dogmas que, por muito correctos que sejam em termos estatísticos, permitem que a vida humana seja jogada em caprichos de roleta. As coisas estão, de facto, a correr mal com a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. Escondê-lo atrás da certeza fundamentalista de que o medicamento é “seguro e eficaz” e persistir na vacinação como se nada estivesse a acontecer é uma estratégia que cumpre efectivamente o preceito tecnocrático segundo o qual uma pessoa é apenas um número; mas atenta contra os direitos humanos.

A SAÚDE PÚBLICA À MERCÊ DOS NEGÓCIOS E DA CEGUEIRA GEOPOLÍTICA

A saga das vacinas em Portugal está distorcida. Centra-se na condenável batota para adulteração das listas de prioridades da vacinação que, apesar da sua gravidade, funciona como cortina de fumo para esconder aspectos muito mais inquietantes do processo, o principal dos quais é a submissão do governo e a abdicação da vontade própria perante a inconcebível e corrupta estratégia de selecção, compra e distribuição conduzida pela Comissão Europeia. Uma estratégia que se guia sobretudo pelo lucro e pela secundarização da saúde pública, desvalorizando e silenciando eventuais riscos associados.

EPISÓDIOS NÃO RECOMENDÁVEIS DE UM MEDICAMENTO “RECOMENDADO”

Nestes tempos de pandemia o mundo fervilha de exemplos de como pessoas, entidades, empresas e instituições sem escrúpulos, movendo-se na onda do capitalismo neoliberal, por definição sem limites, tiram proveito da situação. O sector da grande indústria farmacêutica, o Big-Pharma, é um dos mais dinâmicos nessa matéria desumana, impondo leis do máximo lucro contra populações com um máximo de necessidades e um mínimo de meios. Os casos são ainda mais flagrantes nos Estados Unidos, ou não fossem a Meca do capitalismo desenfreado. A história resumida que se segue centra-se nos fabricantes de um medicamento de que muito se fala contra a COVID-19, talvez sem razão para tanto alarido.

PIRATARIA EM LONDRES COM O OURO DA VENEZUELA

O direito nacional e internacional deixou de contar. O actual espectáculo legal montado no Tribunal de Comércio de Londres sobre as reservas de 30 toneladas de lingotes de ouro venezuelanas guardadas na Grã-Bretanha conduz a esta conclusão. Surpreendentemente, a uma velocidade que ninguém imaginaria, o tribunal presidido pelo juiz Nigel Teare decidiu reconhecer unicamente Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela. Um acto de moderna pirataria.

GUERRA MAIS SANÇÕES MAIS COVID-19 É IGUAL A GENOCÍDIO NA SÍRIA

A operação genocida montada pela administração Trump e o Conselho Europeu, em tempos de pandemia, contra a esmagadora maioria do povo da Síria passa entre os pingos da chuva da comunicação social corporativa e avança em todo o terreno sem que as Nações Unidas manifestem a menor intenção de travar a tragédia recaindo sobre pelo menos 17 milhões de pessoas.

AS MARAVILHAS DA TECNOLOGIA INFORMÁTICA E OS SEUS CONHECIDOS MALEFÍCIOS

Passaram 30 anos sobre a apresentação de Yume (Sonhos) do cineasta Akira Kurosawa, à margem da competição, no Festival de Cannes de 1990. A memória dos oito sonhos de Kurosawa impõe-se nestes tempos de pandemia, guiando a reflexão em torno das questões tecnológicas. Kurosawa louva a vida, perante a incerteza de uma humanidade que caminha na senda do conflito nuclear, evocando figuras míticas da cultura nipónica: “Um raio de sol através da chuva”; “O jardim dos pessegueiros”; “A tempestade”; “O túnel”; “Corvos”; “Monte Fuji em chamas”; “O demónio que chora”; e, a finalizar, “O vilarejo dos moinhos”. Neste último quadro, um ancião explica ao viajante a decisão tomada há muito tempo pela aldeia de recusar a influência poluidora da tecnologia moderna, retornando a modos de vida arcaicos em busca de uma sociedade mais limpa e feliz. O quadro mostra uma procissão fúnebre, o funeral de uma mulher. Mas, ao invés de um luto carregado, a aldeia escolhe celebrar antes a existência e o fin@l de uma vida feliz.

“INJECÇÕES” DE TRUMP PROVOCAM ALARME

As recentes declarações de Donald Trump alvitrando que as pessoas podem tomar injecções de desinfectante contra o novo coronavírus geraram elevada preocupação e provocaram uma intensa campanha de esclarecimento contra os elevados riscos de tal procedimento.

CHINA ESTENDE A ROTA DA SEDA DA SAÚDE

Quando em meados de Março o presidente chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com o primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, antes da chegada de um voo da China Eastern de Xangai para Milão carregado de ajuda médica, o assunto principal foi a promessa chinesa de desenvolver uma Rota da Seda da Saúde (Jiankang Sichou Zhilu).

FORÇAS DO PENTÁGONO AMEAÇAM A VENEZUELA

Os Estados Unidos enviaram forças de guerra para as imediações da Venezuela no âmbito de uma série de acções políticas, conspirativas e terroristas para forçar a mudança de governo no país numa altura em que povo venezuelano se debate contra a epidemia de coronavírus. Um combate travado em situações tornadas ainda muito mais difíceis devido às carências sanitárias impostas pelas sanções dos Estados Unidos e da União Europeia. Portugal surge envolvido em aspectos desta operação conduzida pela administração Trump que viola o direito internacional e contraria a Carta das Nações Unidas.

AS SANÇÕES COMO SENTENÇAS DE MORTE

Os governos de oito países sob sanções ilegais dos Estados Unidos dirigiram-se a várias instâncias internacionais, entre elas o secretário-geral da ONU, advertindo que esses bloqueios estão a impedir os seus povos de combater eficazmente a pandemia de coronavírus (COVID-19).

GUERRA DAS MÁSCARAS ENTRE ALEMANHA E ÁUSTRIA

A Áustria reagiu com azedume ao facto de a Alemanha ter bloqueado a exportação de máscaras protectoras contra o coronavírus. A Suíça pronunciou-se também no mesmo sentido.

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