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Supõe-se que as eleições se realizam para resolver problemas, reordenar o governo, adoptar novas políticas, mudar as pessoas que dirigem as instituições. Mas quantas eleições terá Israel de realizar ainda antes de perceber que não conseguirá fazer nada disso porque é um país amarrado por um laço constitucional inamovível?
A “Visão de Paz” estampada por Donald Trump e Benjamin Netanyahu em 28 de Janeiro como “solução” para o problema israelo-palestiniano não trouxe surpresas. Há meses que os seus conteúdos vinham sendo conhecidos às fatias, sob a designação pomposa de “acordo do século”, pelo que nenhum dos aspectos focados ao longo das 80 páginas do documento contraria o que era esperado. Mais grave do que o texto é o facto de estar a ser aplicado há muito tempo, perante a inércia da chamada “comunidade internacional”, e representar um patamar elevadíssimo – quase irreversível na actual relação de forças mundial – da estratégia de factos consumados seguida metodicamente por Israel e os Estados Unidos.
O mundo cristão e de influência cultural cristã celebra o Natal ignorando na sua esmagadora maioria – porque lhe é escondido – que a mais antiga comunidade cristã do mundo, a da Palestina, continua a ser expulsa dos lugares onde se formou; comunidade essa que descende em linha recta dos primeiros cristãos, os contemporâneos de Cristo. Trata-se de uma limpeza étnica metodicamente organizada por Israel, país ocupante, colonizador e agressor que, paradoxalmente, conta com apoios de comunidades cristãs em todo o mundo. Na terra do primeiro Natal, Belém, há 70 anos os cristãos palestinianos representavam 86% da população; agora não passam de 12%.
Os Irmãos da Floresta foram um grupo armado da Estónia, Letónia e Lituânia formado por combatentes originalmente das Waffen SS hitlerianas que tentaram conter o avanço libertador soviético na fase derradeira da Segunda Guerra Mundial. Posteriormente actuaram como grupos de guerrilha anti-soviética sustentados pelos serviços secretos de grandes potências ocidentais. Hoje, no âmbito da guerra psicológica contra a “ameaça russa”, os Irmãos da Floresta são glorificados como heróis num documentário hollywoodesco da NATO no qual, porém, não couberam as suas origens e filiação nazis.
Anti-semitismo é "ódio contra os judeus", reza uma definição que agora foi assumida pela União Europeia. Uma definição que é xenófoba porque marginaliza as formas de ódio contra outros povos semitas, por exemplo os árabes. A versão assumida pelos ministros da União, e que pode servir de base para criminalizar "actos de anti-semitismo", funciona antes como barreira às críticas a Israel, cujo governo tem ele próprio um comportamento anti-semita, xenófobo e racista em relação aos árabes, principalmente os palestinianos.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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