O Lado Oculto é uma publicação livre e independente. As opiniões manifestadas pelos colaboradores não vinculam os membros do Colectivo Redactorial, entidade que define a linha informativa.
Entre os incontáveis e arrasadores efeitos geopolíticos do coronavírus, um já está perfeitamente evidente. A China reposicionou-se. Pela primeira vez desde o início das reformas de Deng Xiaoping, em 1978, Pequim encara explicitamente os Estados Unidos como uma ameaça, como declarou há um mês o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, na Conferência de Segurança de Munique, durante o auge da luta do seu país contra o coronavírus.
As variedades do novo coronavírus (COVID-19) detectadas na China, em Itália, no Irão, em Taiwan, na Coreia, na Alemanha e em outros lugares são diferentes, todas derivadas de um “tronco original”. Esse “tronco original” foi encontrado unicamente nos Estados Unidos depois de terem sido identificadas todas as variedades e mutações do vírus através da análise de quase cem amostras do genoma colectadas em 12 países de quatro continentes. Por estas circunstâncias torna-se difícil encontrar o “paciente zero” da pandemia, que não está certamente entre os casos que foram descobertos no mercado de frutos do mar em Wuhan, China, em 31 de Dezembro de 2019. Deverá antes ser procurado em território norte-americano mas, aí chegados, o assunto torna-se tabu: trata-se de “um vírus estrangeiro”, sentenciou o presidente dos Estados Unidos cortando cerce o direito à procura de outra verdade.
Os cientistas chineses identificaram numa semana a sequência do genoma do coronavírus detectado na China, colocaram imediatamente os dados ao dispôr da comunidade científica planetária e abriram caminho à elaboração da vacina. É um feito histórico: as instâncias científicas norte-americanas demoraram dois meses e meio a obter os conhecimentos equivalentes sobre o ébola. Entretanto, em Wuhan – região com 56 milhões de pessoas – trava-se uma “guerra popular”, em grande parte com suporte voluntário, para conter a disseminação do vírus e cuidar dos infectados. É uma realidade mal conhecida: enquanto isso, os media corporativos desdobram-se em insinuações de guerra fria sobre a “ameaça chinesa”, dando origem à multiplicação de casos de xenofobia contra cidadãos orientais.
Mais uma edição – a 50ª – do Fórum Económico em Davos, Suíça. O capitalismo neoliberal globalista congregou as suas estrelas mais rutilantes, a par de membros de realezas, presidentes e chefes de governo – toda “uma elite ambientalmente consciente” - para debater, por exemplo, as maneiras como negócios, políticas, manipulação genética, geoengenharia e guerras se harmonizam com o combate às mudanças climáticas, que prejudicam “a ecologia e a economia”. Para isso os trabalhos foram abrilhantados, entre outros, por Donald Trump, a imprescindível Greta Thunberg e o inigualável usurpador Juan Guaidó.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…
RENOVAÇÃO DE ASSINATURAS |
Estimado Assinante,
Se a sua assinatura está prestes a expirar e desejar renová-la deverá proceder como anteriormente: escolher a periodicidade e a forma de pagamento.
Pode igualmente aderir à nossa acção de "assinatura solidária", contribuindo assim para reforço dos conteúdos de O Lado Oculto e assegurando a sua continuidade.
Grato pelo seu apoio
O Colectivo Redactorial