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Por muito que se especule noutros sentidos, a questão energética e as rotas de abastecimento de petróleo e gás natural continuam a talhar as coisas do mundo. E permanecem essenciais no pós-Lockdown ou o falado “novo normal”. Pelo que as guerras dos pipelines continuam activas: aí, entre destroços de vários projectos, estão no caminho do êxito pleno os que materializam a cada vez mais forte parceria estratégica entre a Rússia e a China e também os laços que, para desespero de Washington, canalizam energia russa para dois relevantes membros da NATO – Alemanha e Turquia.
É um produto bem definido. Para encerrar uma vasta operação especial, na qual se recorreu a uma arma inconfessável, convém encenar a morte daquele que a incarnou. É a melhor maneira de apagar os seus rastos perante a opinião pública. Após a morte de Bin Laden, eis a morte de al-Baghdadi.
No domingo, 27 de Outubro de 2019, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou triunfalmente a “execução” de Abu Bakr al-Baghdadi, califa do Estado Islâmico (Daesh ou Isis). De acordo com a versão oficial, o califa teria sido localizado na região de Idleb (noroeste da Síria) graças a informações recolhidas pelo Iraque. A história, porém, está repleta de mistérios e dados que não encaixam no relato transmitido de Washington.
São frequentes os episódios em que as circunstâncias se alinham para ilustrar o lamaçal em que funciona, nos dias de hoje, a política que nos é servida como padrão da democracia. Porém, talvez nenhum seja tão completo e revelador do que o suscitado pelo recente telefonema do presidente dos Estados Unidos ao presidente da Ucrânia pedindo-lhe para investigar as actividades ucranianas do anterior vice-presidente dos Estados Unidos.
Que haverá de comum entre um grupo armado formado por membros das Waffen SS em Estados bálticos designado Irmãos da Floresta, o regimento Azov da Guarda Nacional ucraniana, o emir do Daesh no Magrebe, de seu nome Abdelhakim Belhadj, e o mistério do armamento sofisticado descoberto recentemente num santuário neonazi em Turim, Itália?
Três correntes oriundas do velho franquismo e agora reunidas no suporte ao regime económico neoliberal formam o novo governo autonómico da Andaluzia, em Espanha: Partido Popular (PP), Ciudadanos e Vox. O acordo foi encontrado e permite juntar em Sevilha formações do Partido Popular Europeu, da irmandade do Em Marche de Macron e dos fascistas de Steve Bannon na aplicação de políticas xenófobas e cerceadoras de direitos. Também sob o alto patrocínio da oposição terrorista iraniana, a crer no diário El País.
Batalhões militares, grupos paramilitares e gangs de choque neonazis assumiram efectivamente o poder na Ucrânia - nos quartéis, nas ruas e nas instâncias políticas -, mantendo o governo sob ameaça permanente de demissão no caso de não aplicar as medidas que exigem. O território ucraniano tornou-se um lugar de concentração, doutrinação e treino de grupos fascistas de todo o mundo, sobretudo da Europa, com luz verde dos Estados Unidos, que fornecem armas e instrutores militares. O longo eixo fascistas estende-se aos supremacistas brancos norte-americanos, que recebem treino da estrutura nazi do Batalhão Azov, a mais poderosa organização político-militar da Ucrânia depois do golpe de Estado "democrático" apoiado pela União Europeia.
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