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O euro, a moeda única, está entre a vida e a morte. Uma sentença do Tribunal Constitucional Alemão adoptada em 5 de Maio veio tornar frontais e irredutíveis as divergências no interior da Zona Euro e que implicam com os mecanismos possíveis de ajuda aos Estados membros para combater a crise económica decorrente da pandemia do COVID-19. Como a seguir se explica, a situação resultante da sentença do Tribunal criou um quadro no qual ou a Alemanha sai do euro ou as suas posições ditadas constitucionalmente têm ganho de causa no Banco Central Europeu – terminando com as compras de dívida dos Estados membros. Mas se isto acontecer, países como França e a Itália terão de por em causa a continuidade no euro porque as suas economias não sobrevivem sem as compras de dívida e os mecanismos (não assumidos) de financiamento monetário através do BCE. O euro, tal como o conhecemos, está entre a vida e a morte.
Em novo e desesperado gesto para obrigar os europeus a consumir gás natural norte-americano, a preços muito mais elevados que o importado da Rússia, os Estados Unidos decidiram impor sanções contra as empresas europeias que participam na construção do gasoduto Nord Stream 2. Prestes a ser concluída, a obra enfrenta novo e dispendioso obstáculo que distorce grosseiramente a tão enobrecida “economia de mercado”. Mas como as sanções atingem interesses alemães e a própria economia da Alemanha existe alguma expectativa em saber como irá a União Europeia reagir a mais esta agressão dos aliados do outro lado do Atlântico.
O clima! Quem diria que as megacorporações e os megamilionários que estão por detrás da globalização da economia mundial nas últimas décadas, cuja procura incessante de lucros para os accionistas e das reduções de despesas tanto dano causaram ao mosso meio ambiente, tanto no mundo industrializado como nas economias subdesenvolvidas de Ásia, África e América Latina, se tornaram agora os principais patrocinadores do movimento de descarbonização de base - da Suécia à Alemanha, aos Estados Unidos e muito mais além!
Salvou-se por nove votos. A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, tornou-se presidente da Comissão Europeia mas os membros do Parlamento Europeu limitaram-se a confirmar por nove votos a escolha feita antecipadamente pelos eurocratas da União. Na realidade, o bloco federalista estilhaçou-se e garantiu à direitista alemã apenas 383 votos dos 747 membros em exercício do Parlamento, o que significa a deserção de 86 membros da maioria institucional que a designou: extrema-direita dos Conservadores e Reformistas (ECR), direita e extrema-direita do Partido Popular Europeu (PPE), neoliberais assumidos (Europa Renovada) e Socialistas & Democratas.
Seis dirigentes de países europeus representando os três maiores blocos políticos actualmente existentes no Parlamento Europeu, entre eles António Costa, reúnem-se esta sexta-feira ao jantar em Bruxelas para prosseguirem o grande negócio de atribuição dos lugares de chefia das mais importantes instituições da União Europeia.
Juristas do Tribunal Penal Internacional (TPI) apresentaram à procuradora-geral um processo contra a União Europeia por "um ataque letal organizado contra populações civis" a propósito da política adoptada para "conter" os refugiados com origem na Líbia. Os juristas falam em 14 mil mortos e mais 40 mil pessoas expostas a "crimes contra a humanidade". Tem a palavra o tribunal. Terá coragem de ir até ao fim no apuramento de responsabilidades?
Os votos das eleições europeias ainda mal foram contados mas em Bruxelas e outras capitais, como Paris e Berlim, já estão abertas as hostilidades para o grande leilão dos cargos superiores da União Europeia a renovar no próximo Outono, entre eles o de presidente da Comissão. O famoso “eixo franco-germânico” quebrou-se: Merkel e Macron, à partida, apoiam candidatos diferentes para suceder a Jean-Claude Juncker.
Um ruidoso silêncio da União Europeia responde ao reconhecimento por Donald Trump da anexação dos Montes Golã por Israel. Documentos emitidos por instituições europeias sobre a Rússia e a China poderiam ter disso redigidos pelo próprio presidente dos Estados Unidos; "amigos dos americanos" estão no assalto à Comissão Europeia, tentando marginalizar até a linha oficial alemã. A União Europeia manifesta um fascínio por Trump no momento em que ele estabiliza uma equipa que não é mais do que uma cáfila fascista. Um fascínio que é, por sinal, das únicas argamassas conseguindo unir uma entidade em cacos.
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