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O presidente dos Estados Unidos da América chamou “assassino” ao presidente da Federação Russa. E assegurou que ele irá pagar por isso. Ora quando estão envolvidas no assunto as duas principais potências nucleares mundiais e a ameaça é tão assertiva, na sequência do insulto, percebe-se que uma tão peculiar espécie de diplomacia não tem a ver com azedumes pessoais, jogando antes com a vida de todos nós.
O Departamento (Ministério) da Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos confirmou publicamente que realiza acções diplomáticas para dissuadir países de recorrerem a medicamentos produzidos por “Estados mal-intencionados” como a Rússia e a China. Um dos exemplos citados a propósito foi a intervenção para “persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa contra a Covid-19”. Não explicando tudo, um episódio como este ajuda-nos a entender as histórias mal contadas que envolvem os processos de vacinação às escalas nacionais, regionais e global – e que estão a custar vidas humanas, pelas quais ninguém será, obviamente, responsabilizado.
Combater o racismo e a brutalidade policial dentro dos horizontes estreitos das questões rácicas e da desmilitarização da polícia carece das perspectivas estratégicas que permitiriam transformar a luta num verdadeiro abalo para a sociedade capitalista. Já no rescaldo dos acontecimentos que se sucederam ao assassínio de George Floyd, emerge a “Comuna de Seattle”, prova provada de que o Partido Democrata, através dos seus braços como o movimento Black Lives Matter”, e das suas artimanhas, como a das “revoluções coloridas”, transformou o descontentamento popular genuíno num ajuste de contas entre elites imperiais em vésperas de eleições.
O governo conservador britânico de Boris Johnson criou uma Unidade Secreta” com o deputado venezuelano Juan Guaidó (autoproclamado “presidente interino”) com o objectivo de derrubar o chefe de Estado constitucional da Venezuela, Nicolás Maduro, para depois partilhar as riquezas do país, revela uma investigação do portal The Canary.
Escrevo num momento em que apenas a China e a Coreia do Sul parecem estar a ter algum tipo de controlo sobre a pandemia de coronavírus. O pacote de estímulo à economia de dois biliões de dólares anunciado pelo governo dos Estados Unidos não contempla a protecção ao emprego, o congelamento das rendas de casa ou apoios significativos aos rendimentos da maioria das pessoas. Onde poderemos procurar analogias que nos ajudem a entender este momento? A crise da SIDA? A crise económica de 2008? A SARS (Síndrome Agudo Respiratório Grave) de 2002-2004?
O general Kaliman, que “sugeriu” a demissão de Morales, vive agora nos Estados Unidos e foi agraciado com um milhão de dólares; a CIA, a Embaixada norte-americana em La Paz e empresas contratadas minaram as redes sociais com vagas de fake news para provocarem a agitação social; dinheiro e armas com origem em Washington choveram em Santa Cruz, o epicentro fascista da conspiração; funcionários da Embaixada compraram votos rurais e coordenaram a acção com colegas do Brasil, Paraguai e Argentina; os conspiradores estiveram em contacto directo com os mesmos senadores dos Estados Unidos envolvidos nos golpes de Guaidó contra a Venezuela. Estes e outros factos, designadamente o papel da OEA, comprovam a condução norte-americana do recente golpe de Estado fascista na Bolívia.
Prolongou-se por 11 horas a reunião que decorreu quinta-feira em Brasília e na qual o ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros discutiu com "oposições venezuelanas" e organizações regionais uma "acção concreta" para "restabelecer a democracia na Venezuelana". Em reunião restrita com um chefe fascista venezuelano, Bolsonaro disse que "a solução" para "restabelecer a ordem, a democracia e a liberdade" no país vizinho "virá brevemente".
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
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