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Formou-se em "revoluções coloridas" e "mudanças de governo" numa escola sérvia de terrorismo patrocinada pelos Estados Unidos; integrou a "Geração 2007", elite desestabilizadora venezuelana paga por Washington; fez estágios nas arruaças sangrentas e assassinas de 2014 e 2017 chamadas "guarimbas"; a sua carreira foi relativamente discreta até se proclamar "presidente" da Assembleia Nacional e da Venezuela depois de ter recebido um telefonema do vice-presidente dos Estados Unidos, não tendo sido eleito para qualquer dos lugares. É o escolhido por Trump para administrar, a rogo, as maiores reservas petrolíferas mundiais; e, por inerência subserviente ao mesmo Trump, é também o escolhido pela União Europeia e pelo governo de Portugal para "presidente legítimo" da Venezuela e "restaurar a democracia" no país. Conheça Juan Gaidó, o golpista venezuelano que o mundo "civilizado" e a fina flor dos media fast news veneram sem verdadeiramente curarem de saber quem é.
Se o objectivo é "restabelecer a democracia" na Venezuela, Trump e os seus falcões não poderiam ter escolhido melhor para assessorar o presidente "interino", Juan Guaidó, nesta tarefa. Elliot Abrams, o eleito, traz com ele um vasto currículo de 40 anos de experiência em golpes, conspirações, montagem de esquadrões da morte e operações terroristas, assassínios, acções clandestinas e guerras civis, sobretudo na América Latina - mas também no Médio Oriente. Não lhe falta sequer a experiência de ter tentado um primeiro golpe na Venezuela, em 2002, contra Hugo Chávez. "Restaurar a democracia"? O homem certo no lugar certo. Como o governo português sabe, por certo.
Em plena polémica sobre a retirada das tropas norte-americanas da Síria, contra a qual se pronunciam desde os democratas a próximos de Trump, eis que um atentado "do Estado Islâmico" mata quatro soldados norte-americanos. Foi em Manjib, Síria, onde existe uma base militar norte-americana, além de ser uma região controlada por milícias curdas protegidas dos Estados Unidos e contrárias à retirada. Um atentado "conveniente", mais um numa guerra que está a servir de laboratório de operações "false flag", de bandeira falsa.
De um lado, Steve Bannon regendo a banda dos populismos e neofascismos; do outro, como se demonstra neste artigo, Blair, Aznar, Biden, Chertoff, Negroponte, Rasmussen e outros ases da "guerra contra o terrorismo" e da política de mentira coordenando o disfarce democrático da ditadura económica. Ambos apostam em todas as eleições que aí vêm combatendo as supostas interferências externas antecipando-se eles a interferir em modo de polícias eleitorais. Se têm divergências, é apenas nos meios; o fim é o mesmo, tentar eternizar o fascismo social onde medra o neoliberalismo, a ditadura do mercado livre.
O terror paira sobre a América Latina no arranque de 2019, precisamente quando se assinalam os 60 anos da Revolução Cubana. Numa base norte-americana na Colômbia, um grupo de mercenários treina a montagem de uma provocação que poderá desembocar numa agressão contra a Venezuela cujo apoio de eminências fascistas como Jair Bolsonaro e Iván Duque, presidente da Colômbia, estaria já assegurado pelo SouthCom, o Comando Sul dos Estados Unidos da América. Cuba e Nicarágua estão igualmente sob ameaça.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…