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A paz podre do neoliberalismo globalizante e o conformismo social que lhe corresponde estão a ser sacudidos através do mundo. Nas urnas e nas ruas – as duas frentes são democraticamente legítimas e complementares – os povos dão sinais de que a sonolência hipnótica induzida pelo entertainment mediático em que se transformou tudo o que tem a ver com a vida das pessoas é uma arma que também se desgasta, desmascara e vai perdendo eficácia. Uma faúlha representada por um aumento de preços, um corte de subsídios sociais, o lançamento de mais um imposto tornaram-se agora susceptíveis de provocar grandes e vibrantes explosões sociais. A arbitrariedade e a impunidade do sistema dominante começam a encontrar barreiras humanas.
Evo Morales foi reeleito presidente da Bolívia e o seu partido, o Movimento para o Socialismo (MAS), conquistou as maiorias absolutas na Câmara dos Deputados e no Senado. A vitória presidencial foi conquistada na primeira volta, pois Morales teve mais de 40% dos votos e uma vantagem superior a 10 pontos percentuais (10,1) sobre o seu principal rival, uma das condições exigidas pelas leis bolivianas. A oposição, que se diz democrática, recusa-se a aceitar os resultados, como acontece normalmente num quadro onde estão sempre presentes as pressões golpistas dos Estados Unidos.
Crescimento económico de 5% ao ano, 700 mil novos empregos, aumento galopante do consumo e cortes drásticos na pobreza e miséria, inflação mínima, além do reconhecimento de direitos aos povos indígenas: em 13 anos, as presidências de Evo Morales conseguiram o que a Bolívia não teve em 500 anos. Agora é hora do povo escolher entre o reforço dessa nova dignidade e o regresso a um passado de trevas.
Não é novidade que a produção de armas gera muito dinheiro. Os meios de comunicação especializados em áreas de negócios lembram-no com bastante frequência: em períodos de valorização negativa das contas poupança e das obrigações do Estado é possível conseguir grandes lucros no sector de armamento: 500% em dez anos, 17,5% ao ano!
Salvar o planeta! Ora aí está uma causa nobre, por certo não fracturante, à medida do mainstream, padronizada segundo as normas da opinião única, enfim polémica quanto baste porque os seus opositores são encabeçados por figuras que estão de passagem, como Donald Trump, por certo uma excepção na tão recomendável classe bipartidária e monolítica dos Estados Unidos da América. Atentemos nos casos de Obama, de Hillary Clinton, consabidamente tão amigos do planeta e do ambiente.
A esmagadora maioria dos cidadãos europeus defende a neutralidade da União Europeia no caso de deflagrarem conflitos armados entre os Estados Unidos e a Rússia ou a China. Esta não é a única matéria em que existe dissonância absoluta entre as políticas de Bruxelas e a vontade dos cidadãos, mas revela até que ponto as instâncias não-eleitas da União Europeia estão distantes da opinião dos cidadãos e, por consequência, do respeito pela democracia.
Em Itália mais do mesmo, ainda que sem a chancela mussoliniana do partido de Salvini neste segundo governo Conte. À cabeça avultam, no entanto, a falsidade política e a demagogia populista: tanto o Partido Democrático como, sobretudo, o Movimento Cinco Estrelas subscreveram posições contra as armas nucleares e colocam-se agora à mercê, uma vez no governo, da estratégia nuclear agressiva dos Estados Unidos e da NATO.
Nas eleições primárias presidenciais realizadas domingo na Argentina a candidatura de Alberto Fernández e Cristina Fernández de Kirchner, repectivamente a presidente e vice-presidente, obteve um claro triunfo. Com uma votação de 47,65%, bateu a dupla em funções formada pelo presidente Macri e pelo vice-presidente Pichetto por mais de 15 pontos percentuais, ou mais de quatro milhões de votos. O neoliberalismo sofreu uma importante derrota.
A humanidade e o planeta estão nas mãos de um triunvirato de energúmenos, indubitavelmente potenciais serial killers, que rodeiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há qualquer maneira de dourar a pílula. Michael Pence, vice-presidente, Michael Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional associam mentalidades políticas fascistas a comportamentos em realidades paralelas nas quais a vida humana não tem qualquer valor.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…