O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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O MUNDO SEGUNDO JOE BIDEN

Donald Trump ou Joe Biden? A escolha que resta aos norte-americanos é esta – dois ramos do mesmo partido único, imperialista e que defende, acima de tudo e custe o que custar, “a liderança dos Estados Unidos”. Trump, o fascismo sem máscara, o racismo, a misoginia, o fundamentalismo religioso sem disfarces, um neoliberalismo adequado ao nacionalismo ultramontano que faz parte da sua essência, o culto dos golpes e da guerra simulando recuos para consumo interno; Biden, o autoritarismo sorridente, o racismo cínico e envernizado, golpes onde for preciso, como o da Ucrânia, guerras a la carte, como a chacina da Líbia; o neoliberalismo globalista e expansionista ancorado num reforço da NATO. Eis a opção que resta aos norte-americanos, com impactos na vida de todos nós. Que venha o diabo e escolha.

BOLÍVIA, ONDE O FASCISMO NÃO PASSOU

O fascismo latino-americano e os seus tutores norte-americanos acabam de sofrer uma contundente derrota na Bolívia, onde o povo teve a força suficiente para vergar o golpe de Estado e construir uma vantagem nas urnas suficiente para frustrar todas as tentativas e manobras internas e externas para minar as eleições e tentar institucionalizar a ditadura. Os pouco mais de dez pontos de vantagem alcançados por Evo Morales na vitória que lhe foi retirada em 2019 transformaram-se agora em 20 pontos e no apoio de mais de metade dos eleitores a Luís Arce, representante do Movimento para o Socialismo (MAS) e ex-ministro da economia. Uma vitória que não deixa margem para dúvidas e torna ainda mais vergonhosos os apoios activos ou silenciosos que foram dados ao golpe fascista por instâncias internacionais, entre elas a União Europeia e os seus governos.

A GRANDE FARSA DA SUSTENTABILIDADE

“Só os mortos viram o fim da guerra”, Platão. Esta máxima é tão válida hoje como há 2500 anos. As guerras continuam e sucedem-se. Elas são exactamente um antídoto da sustentabilidade. Elas podem mesmo vir a ser a única “sustentabilidade” que a humanidade moderna conhece – destruição sem fim, matanças, exploração desavergonhada da Mãe Terra e dos seres que a habitam, incluindo os humanos.

POR DETRÁS DE UMA GUERRA RESSUSCITADA

Milhares de mercenários islâmicos que têm combatido contra a Síria sob as chancelas da al-Qaida e do Estado Islâmico (ISIS ou Daesh) foram e estão a ser recrutados por empresas de segurança turcas e norte-americanas para acordarem da letargia de 25 anos o conflito de Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Tendo em consideração que o status quo regional e internacional da disputa se tem mantido mais ou menos inalterado no último quarto de século, que interesses estão por detrás do despertar da guerra? A declaração recente de um cessar-fogo é importante mas não garante que fique aberto o caminho para aproximar posições.

O “ASSASSÍNIO” DE NAVALNY: UM GUIÃO SEM PÉS NEM CABEÇA

Alexei Navalny, o político fascista russo endeusado no Ocidente como uma grande figura da oposição a Putin – mas que está longe de tirar o sono ao Kremlin – sobreviveu miraculosamente ao mortífero veneno Novichok. Saiu-se tão bem como há dois anos o agente duplo Skripal, aparentemente são como um pero depois de ter sido dado como praticamente morto. Das três uma: ou Navalny e Skripal são super-homens, ou o Novichok perdeu potencialidades em termos de letalidade ou simplesmente nunca houve Novichok nestas histórias para entreter telejornais e alimentar a guerra contra a Rússia. Histórias mal contadas, que não têm factualmente pés nem cabeça, mas que são levadas a sério e podem gerar convulsões de consequências imprevisíveis. Assim funciona a propaganda que tomou as rédeas da informação.

RÚSSIA TROCA AS VOLTAS ÀS SANÇÕES DE WASHINGTON CONTRA A SÍRIA

Na última semana de Setembro, a Rússia enviou uma significativa missão oficial a Damasco chefiada por “pesos pesados” como o representante do presidente Vladimir Putin, vice-primeiro-ministro Iuri Borisov, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, à frente de uma delegação económico-militar para preparar quarenta acordos com o governo sírio em todos os domínios importantes e que irão quebrar as sanções montadas pelos Estados Unidos e a União Europeia contra o país. Este passo é tanto mais importante porque surge como uma resposta ao agravamento das penalizações norte-americanas contidas na chamada “Lei César” e envia para Washington uma mensagem clara de que Moscovo não tenciona abandonar os seus aliados e os seus interesses no Médio Oriente.

NÃO, SENHOR EMBAIXADOR

Uma nota prévia: o semanário Expresso escolheu o embaixador dos Estados Unidos, um genuíno porta-voz de duas figuras comprovadamente irracionais como são Donald Trump e Michael Pompeo, para abrilhantar uma edição virilmente propagandeada como “histórica”. A comunicação corporativa que se autointitula “de referência” explicada assim por um dos seus expoentes à escala doméstica lusitana.

GÁS DO MEDITERRÂNEO ORIENTAL ENVENENA A NATO

Há aspectos em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte ou NATO é uma aliança militar apenas na designação. O conflito de intensidade crescente que tem vindo a desenvolver-se nas águas do Mediterrâneo Oriental devido aos recursos energéticos entretanto descobertos e à indeterminação de várias Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) revela que a união militar entre diferentes países ocidentais pode vacilar perante circunstâncias deste tipo.

CONHEÇA A JUÍZA MAFIOSA QUE INSTRUIU O PROCESSO DE ASSANGE

Emma Arbuthnot é a juíza-chefe que, em Londres, instruiu o processo de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde o espera uma condenação a 175 anos de prisão por “espionagem”, isto é, por ter publicado, enquanto jornalista de investigação, provas dos crimes de guerra dos Estados Unidos, entre os quais vídeos de massacres de civis no Iraque e no Afeganistão. No processo, confiado à juíza Vanessa Baraitser, foram rejeitados todos os requerimentos da defesa.

NATO OCUPA O BÁLTICO PARA INTIMIDAR A RÚSSIA

Sejam quais forem os governos que estejam em funções, o projecto anti-russo da NATO avança inexoravelmente. Parece que ninguém controla o assunto e que a Aliança assume uma vida própria sobrepondo-se aos executivos dos Estados membros. A colocação de um dispositivo nuclear nos países bálticos, acompanhada por uma sucessão de jogos de guerra sem interrupção na mesma região, é um novo passo na criação de um clima de tensão cada vez mais próximo do conflito aberto. Tensão acompanhada por despesas militares em progressão constante, em prejuízo dos investimentos sociais nos países aliados. E aumentando exponencialmente o tráfego aéreo militar, enquanto a actividade da aviação civil é restringida por causa do COVID.

O CONCÍLIO DOS PREDADORES OU O VÍRUS COMO “JANELA DE OPORTUNIDADE”

Quando a elite dos predadores que conduziram o mundo ao estado desgraçado em que se encontra se propõem agora salvá-lo tirando proveito da “janela de oportunidade” que é a pandemia de COVID-19 podemos deduzir que há nuvens ainda mais negras no horizonte.

OS PLANOS DE WASHINGTON PARA FAZER AQUECER O ÁRTICO

Uma das indicações mais bizarras de que Trump está interessado no Ártico aconteceu há um ano, quando o presidente dos Estados Unidos afirmou que gostaria de comprar Gronelândia, um vasto território insular que é uma região autónoma da Dinamarca. A ilha tem aproximadamente a mesma dimensão da Arábia Saudita, um pouco menor que a da Índia, e alberga uma base do Pentágono em Thule, a qual, entre outras coisas, “é a base militar norte-americana mais ao Norte e a única instalação desse tipo ao Norte do Círculo Polar Ártico”, como nos diz a Defense News.

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