O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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O CAPITALISMO EM GUERRA SOBRE OS ESCOMBROS DA LÍBIA

A herança caótica deixada pela agressão da NATO contra a Líbia e que se aprofunda há quase nove anos está a degenerar numa situação aterradora de guerras cruzadas, motivadas por múltiplos interesses, capaz de fazer explodir alianças político-militares, afinidades religiosas e relações institucionais - com repercussões em todo o panorama internacional. O início, no dia de Natal, da transferência de terroristas da al-Qaida da Síria para território líbio, de modo a reforçar as forças do governo de Tripoli reconhecido pela ONU e a União Europeia, é apenas um dos muitos movimentos em curso na sombra dos holofotes mediáticos. E a Turquia acaba de aprovar o envio de tropas regulares para a Líbia.

MANOBRA DE GUERRA DERROTADA NA ONU

A Rússia e a China vetaram uma proposta de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pretendia estabelecer mecanismos ditos de “ajuda humanitária transfronteiriça” para o interior da Síria. A comunicação mainstream aproveitou a situação para desencadear nova campanha de propaganda de guerra contra Damasco, Moscovo e Pequim. No entanto, se fosse de facto a “ajuda humanitária” que estivesse em causa neste processo aos proponentes bastar-lhes-ia fazê-la passar por Damasco, como estabelecem as normas internacionais. Não quiseram.

A GUERRA SECRETA EM ÁFRICA

A corrida aos recursos naturais em África é cada vez mais intensa e implica choques de interesses entre quem os dava como adquiridos por uma espécie de usucapião colonial e potências emergentes que se limitam a seguir as normas concorrenciais estipuladas pela doutrina do “mercado livre”. Considerando-se senhores do território africano, Estados Unidos e NATO reforçam uma presença militar que não hesita em estender-se sob outras bandeiras, como as da ONU e da União Europeia. Trata-se, no fundo, de pugnar por interesses geopolíticos e geoeconómicos com uma poderosa vertente corporativa; do outro lado, Rússia e China marcam posições, com base em crescentes interesses empresariais, incomodando os que se pretendiam “donos daquilo tudo”. É a guerra secreta que progride em África, limitando o direito dos africanos a usufruírem das suas riquezas.

O IMPEACHMENT DE UM REGIME

O mundo está suspenso do impeachment. Parece não se passar nada mais relevante à face da Terra do que saber se o fascista Trump, presidente dos Estados Unidos da América, será substituído pelo fascista Pence até ao começo de 2021, altura em que entrará em funções a nova escolha do establishment que gere o regime norte-americano – sem qualquer dúvida alguém do partido único com duas faces. Para tudo continuar na mesma.

ALGUMAS FICÇÕES DA “LUTA CONTRA O TERRORISMO”

Mesmo com o Daesh/Isis/Estado Islâmico visivelmente enfraquecido, graças à acção conjunta das tropas sírias e russas, a chamada “Coligação Antiterrorista”, patrocinada pela NATO, continua plenamente em funções, certamente no âmbito da famosa “guerra contra o terrorismo”. Uma guerra assente em muitas ficções e cujos objectivos reais não coincidem com o discurso oficial.

DE COMO O OCIDENTE SE ENGANOU NA SÍRIA

Tal como aconteceu com Saddam Hussein e Muammar Khaddafi, as grandes potências ocidentais traçaram o mesmo futuro a Bachar al-Assad: o desaparecimento político, ou mesmo físico. Porém, os terroristas "moderados" apoiados pelo Ocidente na guerra contra a Síria transformaram-se numa apocalíptica máquina de morte e, apesar disso, Bachar al-Assad emergiu como vencedor do conflito e tendo ao lado uma grande potência, a Rússia. Mais uma vez o Ocidente tomou os desejos por realidades, leu a narrativa dos acontecimentos ao contrário e saiu humilhado. Só que isso custou milhões de vítimas, uma crise de refugiados e deixou um país e um povo em ruínas.

RÚSSIA E TURQUIA ENTENDEM-SE SOBRE A SÍRIA

O memorando de entendimento russo-turco assinado em 22 de Outubro pelos presidentes Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan é um documento essencial para compreender a fase actual da guerra internacional contra a Síria e as perspectivas de evolução que o problema regista. Esclarecedor, tanto pelo que afirma como pelo que omite, o texto contém em si mesmo alguns importantes mecanismos de travagem dos objectivos pretendidos pela NATO, pelos Estados Unidos e outras potências suas aliadas.

PRIVATIZAÇÃO DAS ÁGUAS: AS MANOBRAS NA SUÍÇA

A cada vez maior interpenetração entre o governo da Suíça, a Nestlé e outras grandes multinacionais e a estratégia helvética de cooperação para o desenvolvimento representam uma ameaça cada vez mais premente sobre os recursos aquíferos de todo o planeta. A ganância privatizadora da água que move as maiores empresas globais do sector alimentar encontra em Genebra uma poderosa alavanca que mina o acesso universal à água como um direito humano fundamental.

TRUMP ORGANIZA PILHAGEM DO PETRÓLEO SÍRIO

O secretário norte-americano da Defesa, Mark Esper, afirmou numa conferência de imprensa que, apesar da anunciada retirada militar da Síria, tropas dos Estados Unidos ficarão estacionadas no Leste do país para “proteger” os campos de petróleo. Trump tinha dito:"talvez mais alguém queira este petróleo e, nesse caso, terá de submeter-se a um combate infernal".

"A ELIMINAÇÃO DO CALIFA": TRUMP GOSTOU DO FILME

É um produto bem definido. Para encerrar uma vasta operação especial, na qual se recorreu a uma arma inconfessável, convém encenar a morte daquele que a incarnou. É a melhor maneira de apagar os seus rastos perante a opinião pública. Após a morte de Bin Laden, eis a morte de al-Baghdadi.

A OFENSIVA TURCA E O QUEBRA-CABEÇAS NA SÍRIA

A invasão da Turquia é um novo episódio da guerra internacional contra a Síria. Tratando-se de uma violação da soberania síria – apesar de Ancara invocar a Carta das Nações Unidas alegando que se trata de “autodefesa” – a operação veio provocar alterações significativas nas relações de forças no terreno, e nem todas elas, porém, desfavoráveis à República Árabe Síria. O que está a acontecer revela um dos mais complexos quebra-cabeças existentes hoje no panorama internacional.

TURQUIA AMEAÇA A SÍRIA E ABRE CONFLITO NA NATO

O anúncio feito pela Turquia de que está prestes a lançar uma grande ofensiva militar no norte da Síria, a leste do rio Eufrates, agravou a espiral de instabilidade na região, que passa agora bem pelo interior da NATO e revela até que ponto a guerra desencadeada por sectores da “comunidade internacional” contra o povo sírio e criou e multiplicou artificialmente numerosos focos de conflito.

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