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Tomar o aeroporto de Caracas, capturar o presidente Nicolás Maduro com o objectivo de o enviar para os Estados Unidos – ou matá-lo, em alternativa – era o objectivo principal da operação terrorista de 3 de Maio contra a Venezuela, de acordo com as confissões dos mercenários – entre eles dois ex-membros das forças especiais dos Estados Unidos – capturados na ocasião. A acção está expressa como “objectivo principal” no contrato estabelecido entre o chefe fascista Juan Guaidó, auto-intitulado “presidente interino”, e a empresa de mercenários Silvercorp, da Florida, igualmente prestadora de serviços ao actual presidente dos Estados Unidos. Conheça os meandros do contrato e os métodos de gestão pretendidos por Guaidó, o “presidente” da Venezuela reconhecido por numerosos países da União Europeia, entre os quais o governo da República Portuguesa.
Completaram-se 75 anos sobre a derrota militar do nazi-fascismo. Então, as chamadas democracias liberais juntaram-se às “democracias iliberais” em redor da agenda de comemorações estabelecida por estas e que apaga da História o decisivo contributo da União Soviética para a vitória – ditando assim a segunda morte das mais 26 milhões pessoas sacrificadas neste país para que ela fosse possível. Não foi uma celebração, foi uma vingança.
Já lhe chamam a “segunda Baía dos Porcos”, a falhada incursão militar norte-americana em Playa Girón, Cuba, em Abril de 1961. Quase 60 anos depois a cena repetiu-se, com o mesmo desfecho, agora na praia de Macuto nas costas da Venezuela soberana e independente. Mercenários com ligações comprovadas com a administração Trump e a oposição terrorista venezuelana – reconhecida como “legítima” por Portugal e outros países da União Europeia – tentaram uma agressão militar para lançar o caos no país, assassinar o presidente Nicolás Maduro e mudar o governo. Falharam e os sobreviventes são agora como um livro aberto onde as personagens são Trump, Guaidó, os suspeitos do costume.
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Néstor Reverol, revelou a neutralização pelo governo, no domingo 3 de Maio, da incursão de um grupo terrorista contra o país por via marítima, com origem na Colômbia e que, em lanchas rápidas, tentou um desembarque nas costas do Estado de La Guaira.
O ministro da Economia do governo golpista da Bolívia, José Luis Parada, anunciou as orientações estratégicas da política económica e social depois do derrube do governo legítimo do país: regresso do Fundo Monetário Internacional (FMI), entrega dos recursos estratégicos de lítio do Salar de Uyuni a empresas transnacionais estrangeiras e expansão latifundiária da produção agroindustrial através da utilização de transgénicos (OGM, organismos geneticamente modificados. Todas as medidas se orientam pelo favorecimento de interesses imperialistas e das oligarquias internas, desvendando as orientações a longo prazo de um governo que se diz “transitório”.
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, pronunciou uma sentença em poucas palavras que vale mais que mil imagens: “A Organização Mundial de Saúde existe para proteger a saúde das pessoas; o FMI existe para proteger a saúde da economia mundial”. Ficamos avisados: ai dos povos cujos dirigentes resolverem combater o cataclismo económico gerado pelo novo coronavírus recorrendo às bem conhecidas “ajudas” do FMI e das suas extensões troikianas para consumo interno da União Europeia!
Se há domínio onde a futurologia está avançada, tocando mesmo o nível zero de erro, é o das pandemias virais. O Event 201, realizado em Outubro de 2019 em Nova York, antecipou apenas em dois meses o terrível mergulho no desconhecido que estamos a viver. É certo que a vocação assassina do coronavírus parece pecar por escassa em relação às previsões dos adivinhos – 65 milhões de mortos - mas já iremos perceber que a componente de pânico tem papel reservado nestas matérias. Porém, ao cabo de uma década de sucessivas “antecipações científicas”, de que o Event 201 foi a etapa mais recente, há que dar relevo ao acontecimento fundador destes exercícios visionários, datado de 2010 e que revela um realismo gritante. Sobretudo na vertente que começa a ganhar forma à escala global: a imposição do autoritarismo ou a vulgarização do excepcionalismo.
Acompanhar o desenvolvimento da pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 obriga a um esforço de constante actualização dos dados. O caminho da pandemia, dos seus efeitos, é previsível. Todavia, por cautela imposta em razão da objectividade, vamos aferindo os dados que, infelizmente, confirmam as piores previsões.
O helminto* que desgoverna o Brasil cometeu um pronunciamento inacreditável. Na contramão da ciência, da OMS (Organização Mundial de Saúde), das boas medidas dos governadores e de todos os países sérios do mundo, o helminto falante ou o “helminto quando falo”, voltou a dizer que o COVID-19 não passa de uma “gripezinha” e que as pessoas deveriam abandonar os cuidados do isolamento social, que as escolas deveriam ser reabertas, bem como os centros comerciais, restaurantes etc. Para ele, tudo isso não passa de histeria alimentada, claro, pela imprensa. E que o problema da Itália é ter muitos velhos e um inverno rigoroso. Nós, jovens tropicais, podemos ficar tranquilos.
O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança do presidente do Brasil, qualificou o Congresso como “chantagista”. E logo as hostes fascistas de Jair Bolsonaro convocaram para 15 de Março uma descida às ruas contra o Parlamento; e logo o próprio presidente passou a usar o WhatsApp e as redes sociais para fazer eco das convocatórias da manifestação contra os deputados. Tudo se desenvolve enquanto sectores da Polícia Militar se amotinam – sem reacção dos governadores dos Estados –, os centros de decisão se enchem de militares, alguns no activo, e o grande empresariado esfrega as mãos de satisfação e deita contas aos lucros. Bolsonaro e as suas tropas de choque não estão confortáveis com a ordem institucional democrática e o golpe já está em curso.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…