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Entre os incontáveis e arrasadores efeitos geopolíticos do coronavírus, um já está perfeitamente evidente. A China reposicionou-se. Pela primeira vez desde o início das reformas de Deng Xiaoping, em 1978, Pequim encara explicitamente os Estados Unidos como uma ameaça, como declarou há um mês o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, na Conferência de Segurança de Munique, durante o auge da luta do seu país contra o coronavírus.
Com as intervenções oficiais sobre uma declaração de guerra contra o coronavírus e o governo dos Estados Unidos definindo abertamente o COVID-19 como “o inimigo”, era apenas uma questão de tempo até o regime de Washington brandir uma das suas ferramentas favoritas, a espionagem massiva dos cidadãos.
A União Europeia desapareceu, tragada pelas incidências da pandemia do novo coronavírus. Habituada a criar crises humanitárias em casas alheias não sabe agora como lidar com um drama sanitário interno e responde da mesma maneira que perante as vagas de refugiados de que é responsável: barrica-se e, cá dentro, é cada um por si. Muito federalista quando se trata de cumprir o catecismo neoliberal contra os cidadãos, a União Europeia eclipsa-se quando é necessário socorrê-los.
A crise económica mundial aprofunda-se a um ritmo tão vertiginoso como a pandemia. A redução da taxa de crescimento e a travagem brusca do aparelho produtivo da China já ficaram para trás. Agora desmoronou-se o preço do petróleo, desabaram as bolsas e instalou-se o pânico no mundo financeiro.
Membros do governo e deputados da Alemanha manifestaram indignação com a diligência feita pelo presidente norte-americano oferecendo mil milhões de dólares a uma empresa alemã para obter os direitos exclusivos para os Estados Unidos de uma eventual vacina contra o coronavírus que esteja a ser desenvolvida.
Os jogos de guerra da NATO na Europa não serão cancelados, informa oficialmente a aliança, apesar da pandemia de coronavírus e das medidas drásticas assumidas pela maioria dos países europeus para tentar proteger os seus cidadãos da “maior crise sanitária do nosso tempo”, segundo a OMS. As gigantescas manobras Defender Europe 20 serão “alteradas” e “alguns exercícios reduzidos”, mas “a capacidade das Forças da NATO para se adaptarem rapidamente a esta situação demonstra poder, flexibilidade e resiliência”, explica o general Todd Voulters, o chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos (EUCOM). “Isto torna-nos uma força melhor”, garante.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…