O Lado Oculto é uma publicação livre e independente. As opiniões manifestadas pelos colaboradores não vinculam os membros do Colectivo Redactorial, entidade que define a linha informativa.
Em novo e desesperado gesto para obrigar os europeus a consumir gás natural norte-americano, a preços muito mais elevados que o importado da Rússia, os Estados Unidos decidiram impor sanções contra as empresas europeias que participam na construção do gasoduto Nord Stream 2. Prestes a ser concluída, a obra enfrenta novo e dispendioso obstáculo que distorce grosseiramente a tão enobrecida “economia de mercado”. Mas como as sanções atingem interesses alemães e a própria economia da Alemanha existe alguma expectativa em saber como irá a União Europeia reagir a mais esta agressão dos aliados do outro lado do Atlântico.
A Rússia e a China vetaram uma proposta de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pretendia estabelecer mecanismos ditos de “ajuda humanitária transfronteiriça” para o interior da Síria. A comunicação mainstream aproveitou a situação para desencadear nova campanha de propaganda de guerra contra Damasco, Moscovo e Pequim. No entanto, se fosse de facto a “ajuda humanitária” que estivesse em causa neste processo aos proponentes bastar-lhes-ia fazê-la passar por Damasco, como estabelecem as normas internacionais. Não quiseram.
Ao seguirmos as pisadas desse fenómeno mundial chamado Greta Thunberg iremos encontrar, para surpresa de muitos – de outros, nem tanto – gente bastante graúda, entidades e personalidades através das quais é possível detectar rastos do ex-vice-presidente dos Estados Unidos da América, Al Gore, do Goldman Sachs, o banco dos bancos, da Pepsi, dos maiores fundos de activos do mundo, da Shell, da General Motors, do Google e da Pfizer, de âncoras do neoliberalismo como a OCDE, o FMI ou o Banco Mundial, de ex-membros de governos não menos ultraliberais. E apetece-nos tentar perceber como é que pessoas e organizações que contribuíram para estragar o clima estão agora empenhadas em salvar o clima. A explicação até não será muito difícil se olharmos Thunberg como um instrumento de agitação e propaganda para “legitimar” aquele que se perspectiva como o maior negócio destes tempos.
Sucedem-se as cimeiras climáticas, multiplicam-se as promessas para atingir metas de curto, médio e longo prazo, transformaram-se as questões ambientais em artigos da moda política e mediática e o aquecimento global continua a sua ascensão sem retorno. No centro de toda a novíssima inquietação ecológica estão as elites políticas, governamentais e, sobretudo, empresariais que colocaram o mundo no caminho da catástrofe. Isto é, os que estragam o planeta são os mesmos que cuidam agora de consertá-lo com base em enxurradas de promessas, mas sem mudar de atitudes e comportamentos. Ou seja, a tão propagandeada “economia verde” não passa de uma grande ilusão, melhor dizendo, uma imensa fraude.
Nazis ucranianos do Batalhão Azov e do Sector de Direita, dois pilares do actual regime de Kiev apoiado por Washington e Bruxelas, estão em Hong Kong para orientar e participar nos motins e acções terroristas que no Ocidente são conhecidos como “movimento pró-democracia”. Um dos centros de organização dessa colaboração é uma Liga Liberal Democrática em Kiev financiada pela União Europeia
A corrida aos recursos naturais em África é cada vez mais intensa e implica choques de interesses entre quem os dava como adquiridos por uma espécie de usucapião colonial e potências emergentes que se limitam a seguir as normas concorrenciais estipuladas pela doutrina do “mercado livre”. Considerando-se senhores do território africano, Estados Unidos e NATO reforçam uma presença militar que não hesita em estender-se sob outras bandeiras, como as da ONU e da União Europeia. Trata-se, no fundo, de pugnar por interesses geopolíticos e geoeconómicos com uma poderosa vertente corporativa; do outro lado, Rússia e China marcam posições, com base em crescentes interesses empresariais, incomodando os que se pretendiam “donos daquilo tudo”. É a guerra secreta que progride em África, limitando o direito dos africanos a usufruírem das suas riquezas.
O presidente francês foi “muito, muito, muito desagradável” e “insultuoso” ao afirmar que “a NATO está em morte cerebral”, disse Donald Trump, o presidente que já qualificou a NATO como “obsoleta” e se queixa, a todo o momento, de que os aliados não pagam o que devem. Os festejos do 70º aniversário da aliança guerreira em Londres prometem.
Chamam-lhe “Fundo Europeu para a Paz”, mas o objectivo pretendido é o de Bruxelas fornecer armamento letal a exércitos de países africanos com um orçamento paralelo ao da União Europeia, mas sob supervisão comunitária. A ideia tem um ano e foi discutida ao nível de embaixadores no dia 27 de Novembro.
Um drone de guerra italiano abatido sobre a Líbia confirma que o envolvimento de Itália e outras nações em operações militares ofensivas secretas sob comando dos Estados Unidos e da NATO se processa à revelia das Constituições, das leis, e das decisões dos órgãos eleitos desses países. As guerras, secretas ou não, pagas com o dinheiro dos cidadãos escapam cada vez mais ao controlo dos cidadãos. Assim funciona a NATO.
O Reino Unido, com apoio explícito dos Estados Unidos, desafia a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça ao recusar-se a abandonar o Arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, para reintegração na soberania das Ilhas Maurícias, da qual foi dissociado ilegalmente. Ignoram-se ainda os procedimentos que o secretário-geral da ONU irá adopar para fazer cumprir as deliberações da organização e do Tribunal.
As sanções económicas impostas pela União Europeia a reboque dos Estados Unidos, por exemplo contra a Rússia, estão a virar-se contra os Estados membros e acarretam perdas de dezenas de milhares de milhões de euros, de acordo com vários estudos realizados sobre o assunto. A armadilha é ainda mais perversa porque, de acordo com as mesmas fontes, os Estados Unidos não forçam as suas empresas a vincular-se a muitas das sanções, provocando uma evidente viciação da concorrência. Bruxelas marca golos na própria baliza para se submeter a Washington: a economia da União é atingida de vários lados e os resultados estão à vista.
O memorando de entendimento russo-turco assinado em 22 de Outubro pelos presidentes Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan é um documento essencial para compreender a fase actual da guerra internacional contra a Síria e as perspectivas de evolução que o problema regista. Esclarecedor, tanto pelo que afirma como pelo que omite, o texto contém em si mesmo alguns importantes mecanismos de travagem dos objectivos pretendidos pela NATO, pelos Estados Unidos e outras potências suas aliadas.
O reforço da Informação Independente como antídoto para a propaganda global.
Bastam 50 cêntimos, o preço de um café, 1 euro, 5 euros, 10 euros…