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“INJECÇÕES” DE TRUMP PROVOCAM ALARME

2020-04-26

As recentes declarações de Donald Trump alvitrando que as pessoas podem tomar injecções de desinfectante contra o novo coronavírus geraram elevada preocupação e provocaram uma intensa campanha de esclarecimento contra os elevados riscos de tal procedimento

Stephen Lendman, Global Research/O Lado Oculto

Comentando aquilo a que chamou “o estranho caso de Donald J. Trump”, o professor norte-americano de Psicologia, Dan McAdams, afirmou que a personalidade do presidente “é muito mais estranha do que qualquer categoria de diagnóstico pode transmitir”. Ele “é um desordeiro-em-chefe… não há uma coerência narrativa na sua vida… na própria cabeça”; mas ele e os seus apoiantes vêem-no “como um super-herói, como uma força primitiva ou mítica e não tanto como uma pessoa, uma vez que não é considerado moralmente responsável como as outras pessoas”. 

O presidente “é capaz de mentir com um descaramento tão vergonhoso e é imprevisível de um momento para o outro; todas as tácticas, nenhuma estratégia”, acrescentou o Dr. McAdams.

Com base na opinião de mais de 20 especialistas em saúde mental, a revista Psychology Today considera que há “evidências esmagadoras de traços sociopatas profundos” no “narcisismo maligno” do presidente dos Estados Unidos. James Gilligan, psiquiatra e professor de direito, sublinha que “a questão aqui não é se Trump é um doente mental, mas sim se é perigoso”, porque “vangloria-se publicamente da violência, ameaça com a violência, incita os seus seguidores a espancar manifestantes, aprova a tortura, gaba-se da sua capacidade para cometer agressões sexuais e fugir”.

“Injectem-se com desinfectante”

Estas considerações sobre a personalidade de Trump foram suscitadas depois de o presidente norte-americano ter recomendado aos seus concidadãos que combatam o novo coronavírus com injecções de desinfectante para as mãos. Durante o seu briefing diário com a comunicação social, em 23 de Abril, Trump afirmou:

“Verifico que o desinfectante mata o vírus num minuto; então não existirá uma maneira de fazer isso com uma injecção interna, como se fosse uma limpeza? Porque (o vírus) entra nos pulmões e faz tremendos estragos seria interessante verificar isso”.

As suas observações foram feitas no seguimento de informações sobre os efeitos positivos que a luz solar, álcool isopropílico e desinfectantes com cloro têm na limpeza rápida de superfícies como forma de combater o COVID-19.

As declarações do presidente norte-americano provocaram reacções imediatas em série de vários responsáveis oficiais e oficiosos desaconselhando a ingestão e a injecção de desinfectantes. Esses produtos nunca devem ser introduzidos “no corpo humano por injecção, ingestão ou por qualquer outra via”, disse um fabricante de um gel desinfectante comercializado nos Estados Unidos. “Os nossos produtos desinfectantes e de higiene devem ser usados apenas de acordo com as recomendações de utilização”, acrescentou.

Rob Chilcott, um toxicologista, advertiu que “injectar branqueadores de roupa ou desinfectantes em dose necessária para neutralizar vírus na circulação resultaria em danos irreversíveis e provavelmente numa morte muito desagradável”. E Penny Wood, professora de Medicina Farmacêutica, acrescentou que se “a irradiação solar e o aquecimento podem matar vírus nas superfícies isso já não acontece quando um ser humano se expõe ao sol ou se aquece pretendendo liquidar vírus no seu organismo”.

O director executivo da Comissão para a Protecção do Medicare, Rob Davidson, dirigiu-se directamente aos norte-americanos para contrariar as declarações do presidente: “Por favor, não injectar, não ingerir ou não inalar qualquer desinfectante; e não comecem a sujeitar-se a dispositivos de bronzeamento ou a bronzear-se sem protector solar”.

Walter Shaub, ex-director de Ética ao nível do governo norte-americano, dirigiu-se directamente a Donald Trump: “Como um serviço público, por favor pare de transmitir informações desse tipo sobre o coronavírus; elas estão a por vidas em risco: por favor não bebam ou injectem desinfectantes”.

Os briefings diários do presidente sobre a pandemia podem ser exercícios de campanha eleitoral e de autopromoção mas também são prejudiciais à saúde dos norte-americanos.



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