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TROPAS TURCAS DESAFIADAS POR ALIADOS NA SÍRIA

Patrulhas turcas na província de Idlib, Síria

2020-03-27

Edward Barnes; com South Front/O Lado Oculto

As tropas turcas presentes na província síria de Idlib estão a ser “desautorizadas” e desafiadas pelos grupos de “rebeldes moderados” que protegem, todos ligados à al-Qaida, empenhados em sabotar o acordo recentemente concluído em Moscovo entre os presidentes Erdogan e Putin.

“Rebeldes moderados” fizeram explodir uma ponte na estrada M4, que integra o principal eixo rodoviário da Síria, numa zona a sul de Idlib. A ponte Kafr situa-se perto da cidade de Kisr al-Shughr, onde se posicionam forças dos grupos terroristas Hayat Tahrir al-Sham e do Partido Islâmico do Turquestão, ambos filiados na al-Qaida e protegidos por Ancara no âmbito do apoio de países da NATO à ocupação de Idlib.

Estes grupos terroristas islâmicos, que a comunicação social corporativa continua a qualificar como “oposição síria”, admitem que a acção contra a ponte foi realizada para sabotar a operação de patrulhas conjuntas entre tropas turcas e russas, um dos pontos do acordo de Moscovo e que se relaciona directamente com o objectivo de manter a autoestrada M4 em funcionamento.

Na sequência de actos terroristas anteriores, as forças da al-Qaida atribuíam-nos, regra geral, aos “bárbaros russos” ou às “milícias sectárias iranianas” ou ao “regime fantoche de Assad”; neste caso, admitiram pela primeira vez que estão contra a estratégia adoptada por Ancara na sequência do acordo de Moscovo e que militares turcos podem ser considerados alvos.

Nas duas últimas semanas as tropas turcas realizaram pelo menos oito patrulhas por sua própria iniciativa na autoestrada M4 e participaram em acções conjuntas de controlo com a Polícia Militar da Rússia a oeste de Saraqib. A presença militar turca não desencorajou as acções terroristas, as quais, num desafio aberto contra os seus protectores, ergueram barreiras de terra na estrada, fizeram explodir pontes e chegaram mesmo a destruir postos de controlo e a realizar ataques contra colunas militares turcas.

Por outro lado, a situação das tropas turcas presentes no nordeste da Síria tem vindo a degradar-se igualmente, com baixas registadas em confrontos com terroristas curdos apoiados pelos Estados Unidos – facto que demonstra as contradições da estratégia de intervenção de países da NATO contra a soberania síria.

Ocupantes sob pressão no Iraque

Também no Iraque as forças ocupantes ocidentais têm estado sob pressão da resistência nacional. Na quinta-feira foram lançados vários rockets contra a zona da Embaixada dos Estados Unidos em Bagdade. No dia anterior, forças não identificadas tinham bombardeado Camp Taji, a maior base militar ocupada por tropas norte-americanas no Iraque. Ataques regulares com rockets forçaram forças militares dos Estados Unidos a evacuar bases menores, incluindo as principais instalações fortificadas perto da fronteira síria em al-Qaim.

Enquanto isso, a chamada “coligação internacional” chefiada pelos Estados Unidos está a entrar em colapso. Em 25 de Março, o porta-voz do comandante em chefe das Forças Armadas iraquianas, major-general Abdul Karim Khalaf, anunciou que as tropas francesas se retiraram do Iraque.


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