TERMÓMETRO OU “DETECTOR DE AMEAÇAS”?

Jason Ditz, AntiWar/O Lado Oculto

Com as intervenções oficiais sobre uma declaração de guerra contra o coronavírus e o governo dos Estados Unidos definindo abertamente o COVID-19 como “o inimigo”, era apenas uma questão de tempo até o regime de Washington brandir uma das suas ferramentas favoritas, a espionagem massiva dos cidadãos.

O governo já está a fazer diligências junto do Google, do Facebook e outras entidades do género tentando obter dados anónimos de localização como parte de um esforço em curso para rastrear os movimentos dos norte-americanos a pretexto do combate ao COVID-19. Uma acção que pode ser ampliada para o uso de telefones seguindo os movimentos das pessoas.

Tentando perspectivar o alcance destas acções, Israel pode servir como exemplo. O Estado sionista foi rápido a criar mecanismos para rastrear as pessoas situadas nas imediações de alguém infectado com COVID-19. E já identificou centenas de cidadãos com base exclusivamente nesses dados, transferindo-os para situações de isolamento. O teste pode generalizar-se a outras situações que nada têm a ver razões sanitárias

Tal como nos casos de vigilância “contra o terrorismo”, as empresas do sector estão a avançar rapidamente com produtos para tentar vender ao governo. A Athena Security, por exemplo, está a lançar uma “câmara térmica com inteligência artificial” para ser usada de maneira a identificar pessoas com febre.

Trata-se de um instrumento que as autoridades podem usar em áreas movimentadas, destinando-se também a empresas privadas que têm um tráfego intenso de peões e pretendem garantir a ausência de febres suspeitas. De maneira inquietante, porém, a empresa apresenta o seu produto como “um detector de ameaças”.

Invadindo o combate ao vírus com a mentalidade militar alteram-se, de facto, as realidades envolvendo um surto pandémico porque as pessoas infectadas não são “o inimigo” nem sequer tentam manter segredo sobre a doença.