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JUAN GUAIDÓ PAGOU POR UM ATENTADO A FINGIR

2020-03-06

Fania Rodrigues, Caracas; Desacato.Info/O Lado Oculto

Juan Guaidó, autoproclamado “presidente da Venezuela”, pagou a indivíduos com cadastro para simularem um atentado no acto político em que participou no Estado de Lara no sábado dia 29 de Fevereiro.

“Tinha que apontar às pessoas, assustá-las, e apontar a arma para Juan Guaidó”, confessou Clímaco Medina, o indivíduo pelos serviços de segurança do Estado na sequência dos acontecimentos. Pelo serviço recebeu 400 dólares das mãos de assessores de Juan Guaidó. “Disseram-me que tudo o que tinha a fazer era assustar as pessoas”, explicou. “E deram-me um revólver”.

O caso teve uma outra versão inicial. “O meu carro foi alvejado com pelo menos nove disparos de balas”, disse Guaidó, numa transmissão em directo para as suas redes sociais no sábado à noite. A informação foi dada na sequência de um desfile com apoiantes organizado pelos seus serviços.

O “atentado” entrou então na comunicação social corporativa, designadamente através da agência norte-americana Associated Press (AP). Foram publicadas apenas três fotos do acontecimento, captadas no momento exacto em que um homem armado aponta uma pistola a Guaidó quando este se encontrava na rua rodeado de assessores.

A própria agência noticiosa admitiu, porém, que não cobriu o “acto político” e que as fotos lhe foram entregues pelos serviços de Guaidó. Não existem vídeos nem fotografias captadas pelo público ou por quaisquer jornalistas que tivessem estado presentes na ocasião.

Na sua comunicação nas redes sociais Guaidó acusou apoiantes do governo de Nicolás Maduro de serem os autores do “atentado” e culpou directamente os chamados “colectivos chavistas”.

Com base nas fotografias, a organização de segurança boliviana Sebin identificou Clímaco Medina e prendeu-o. Foi a sua quarta detenção: fora preso três vezes entre 2019 e 2018 por posse ilegal de armas e tráfico de droga.

“Procuraram-me e perguntaram-se se queria ganhar um dinheiro”, confessou à polícia. “Então disseram-me que Guaidó iria a Lara no dia seguinte e que estavam à procura de motoqueiros para fazer um trabalho”.

O trabalho era: “apontar a arma às pessoas para as assustar e apontar a arma para Juan Guaidó.

O “atentado” assim cometido foi um dos temas mais focados nas redes sociais da Venezuela durante a semana. 


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